SEEDF impede acesso de diretoria do Sinpro à secretaria
Por ordem do Subsecretário de Apoio às Políticas Educacionais (SUAPE), Isaías Aparecido da Silva, a Comissão de Negociação do Sinpro foi barrada na portaria do Edifício Phenicia, sede da SEEDF.
Cinco membros da comissão de negociação do Sinpro foram à SEEDF na tarde desta terça-feira, em mais uma tentativa de dialogar com o gabinete sobre a urgência de um encontro entre Sinpro e SEEDF, e foram barrados na entrada do Edifício Phenicia por ordem expressa do subsecretário que, em tom truculento e autoritário, ordenou que a comissão do Sinpro agendasse uma reunião.
A solicitação para tal encontro vinha sendo requerida pelo Sinpro desde dezembro do ano passado. Houve o agendamento de um encontro para o dia 27 de janeiro, desmarcado na véspera sem data remarcada.
Tudo o que o Sinpro busca da SEEDF é diálogo e entendimento. O Sindicato entende ser urgente conversar com o GDF para discutir uma série de questões que, no entender do sindicato, deixam a situação do ensino público no DF à beira do caos.
Indignados com a falta de respeito do subsecretário, os membros da comissão de negociação do Sinpro se dirigiram à CLDF e foram recebidos pela presidenta e pelo vice-presidente da Comissão de Educação da Câmara Legislativa do Distrito Federal, deputada Arlete Sampaio e deputado Leandro Grass, que denunciaram o ocorrido no plenário da Câmara Distrital. O tema está em destaque na home page da CLDF.
Espera-se que o diálogo seja retomado, de forma civilizada e racional, por parte do Governo do Distrito Federal. Sem diálogo, todos perdem: gestores, professores, governo e, principalmente, estudantes do ensino público do Distrito Federal.
Desde dezembro do ano passado, o Sinpro vem tentando um diálogo com a SEEDF para discutir diversas questões, inclusive buscando mediação entre SEEDF e os gestores das escolas, que também estão sem orientação da SEEDF. Dentre as discussões a serem levadas para a mesa de negociações com a SEEDF, estão:
– Retorno das aulas, 100% presenciais ou não, tanto no aspecto organizacional quanto pedagógico;
– Medidas sanitárias necessárias para o retorno às aulas, uma vez que o DF está com 100% dos leitos de UTI pediátrica e adulta ocupadas por contas do recrudescimento dos casos de contágio por Covid
– Fortalecimento da campanha de vacinação, tanto entre professores como entre os alunos, principalmente no público pediátrico (5 a 11 anos)
– Mediação entre a SEEDF e os gestores das escolas, que não estão sendo ouvidos em suas várias demandas e são justamente os profissionais que organizam as escolas para o retorno às aulas e lidam com as dificuldades do dia a dia
– Quantidade de alunos por turma: essa questão tem impacto gerencial e logístico não só do ponto de vista pedagógico como sanitário, pois quanto mais alunos por turma (como determinado na portaria publicada pela SEEDF após zero negociação e zero diálogo com o Sinpro e com os gestores), maior será a aglomeração
– Falta de estrutura para as escolas, tanto material quanto profissional, o que nos leva ao próximo ponto:
– O banco de reservas da SEEDF está zerado, não há previsão para concurso público para o magistério (ainda que tenha sido publicado no Diário Oficial), e a carência de professores e orientadores educacionais beira o caos
– A convocação de professores em contrato temporário ocupando vagas de permanentes causa mais prejuízos (tanto para os profissionais que almejam a efetivação na SEEDF
como para as questões pedagógicas) do que benefícios;
– A retomada da mesa de negociação permanente, para discutir, também com a secretaria de fazenda, dentre várias outras pautas do Sinpro (como a meta 17 do PDE), a questão financeira de uma categoria que há sete anos não recebe reajuste salarial.
Há muito o que discutir. Há muito o que negociar. A recusa autoritária da SEEDF não fará com que os problemas evaporem – pelo contrário, eles tendem a aumentar. O diálogo e a negociação são sempre o melhor e mais bem pavimentado caminho para o entendimento.
Nossa pauta é a defesa da vida, do ensino público de qualidade, de profissionais trabalhando com um mínimo de condições e orientações.