Sinpro comemora vacinação de crianças a partir de 8 anos, mas quer imunização de todo grupo infantil

Pelas redes sociais, o governador do DF, Ibaneis Rocha, anunciou que ampliará a campanha de vacinação do público infantil (5 a 11 anos) contra a covid-19. Com isso, crianças a partir de 8 anos poderão ser imunizadas contra o vírus a partir desta quarta-feira (19/01).

Até então, a vacinação do público infantil contemplava apenas crianças com comorbidades, deficiência permanente ou sob a tutela do Estado, além das crianças com 11 anos completos.

Ibaneis afirmou na publicação feita nas redes sociais que a ampliação da campanha se deve à chegada de novas doses do imunizante para o público infantil de 5 a 11 anos (16,3 mil da vacina da Pfizer). Mas, segundo dados do próprio GDF, foi baixa a procura pela vacina para o público de 11 anos e menores até 5 anos com comorbidades e deficiência permanente. Até a manhã desta quarta-feira (18/01), apenas 5.044 crianças aptas a se vacinarem contra a covid-19 haviam recebido a primeira dose do imunizante.

Para o Sinpro-DF, a ampliação da campanha é um avanço, mas é preciso urgência na vacinação de todas as crianças de 5 a 11 anos. “O ano letivo está agendado para ter início no dia 14 de fevereiro. O público de 5 a 11 anos é a grande maioria nas escolas públicas. Por isso, o ideal é que todas as crianças desse grupo estejam imunizadas antes de retornarem 100% presencialmente às salas de aula”, afirma a diretora do Sinpro-DF Letícia Montandon.

>> Leia também: COM AUMENTO DOS CASOS DE COVID, SINPRO AFIRMA QUE RETORNO ÀS AULAS 100% PRESENCIAIS DEVE SER DISCUTIDO

Segundo a Secretaria de Saúde do DF, foram disponibilizados 14 pontos de vacinação para o público infantil. Confira:

Documentos necessários
Para vacinar crianças de 5 a 11 anos com comorbidadades, deficiência permanentes, sob tutela do Estado, ou crianças a partir de 8 anos completos, é necessário levar:

>> Documento de identidade e/ou caderneta de vacinação
>> A criança deve estar acompanhada de um responsável
>> NÃO É NECESSÁRIO LEVAR RECEITA MÉDICA
>> Se a criança tiver comorbidade ou deficiência permanente, é preciso apresentar laudo médico que comprove a condição clínica

Segundo informações da Agência Brasília, crianças que tenham tomado outras vacinas recentemente devem esperar um intervalo de 15 dias para receber o imunizante contra a covid-19. A segunda dose deverá ser aplicada oito semanas após a primeira.

Vacina salva vidas
Pelo menos 31 países estão vacinando crianças de 5 a 11 anos contra a covid-19. Só nos Estados Unidos e Canadá, já foram aplicadas cerca de 10 milhões de doses.

Todos os estudos científicos – além da comprovação empírica nesses países – mostram que a vacinação é segura para o grupo infantil; e mais que isso: necessária e urgente.

“Um evento adverso muito falado e que preocupa as pessoas é a miocardite, que é uma inflamação no coração, que qualquer vírus ou vacina pode causar. De 8 milhões de doses aplicadas, houve registro de apenas 11 casos, e os pacientes evoluíram bem”, disse o membro do Departamento Científico de Imunizações da SBP, Eduardo Jorge da Fonseca Lima, à Empresa Brasil de Comunicação.

No mesmo material, a diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) Flavia Bravo acrescenta: “Observou-se uma ocorrência raríssima de miocardite relacionada à vacina da Pfizer, 16 vezes menor que a incidência de miocardite causada pela própria covid-19 (…). São casos raros, não houve nem uma morte por causa deles e a maioria nem precisou de internação”.

Os especialistas ainda afirmam que os eventos adversos gerados pela vacina contra a covid-19 são o mesmo de outras vacinas já aplicadas no Brasil. São eles: febre, dor no local da aplicação, náusea e mal-estar, com duração de 24 horas a 48 horas.

Levantamento da consultoria Vital Strategies feito a pedido da BBC News Brasil com base em dados do Sistema de Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe) mostrou que “cerca de 800 pessoas entre 5 e 11 anos podem ter morrido após infecção por coronavírus desde o início da pandemia até fim de novembro do ano passado”. Os dados levam em consideração apenas o Brasil. 

 

FOTO: José Cruz, Agência Brasil

 

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