Semana Pedagógica do Sinpro levanta desafios e aponta caminhos para a educação pública no DF

De 5 a 7 de fevereiro, o Sinpro realizou sua tradicional Semana Pedagógica, atividade que antecede o início do ano letivo e é fundamental para a capacitação contínua de professores(as) e orientadores(as) educacionais. O objetivo da atividade é promover a troca de experiências e práticas inovadoras, ajustando-as às necessidades dos(as) estudantes.

Com temas relevantes e um olhar crítico sobre a educação pública no DF, a Semana Pedagógica do Sinpro reafirmou a importância da luta sindical e da união entre profissionais da educação para a construção de uma educação pública de qualidade. O evento também deixou explícito que, mesmo diante das dificuldades, a mobilização e o compromisso com a educação são fundamentais para avançar nas conquistas.

Primeiro dia
No primeiro dia, o debate foi sobre o tema Educação Especial Inclusiva. Liliane Garcez, coordenadora-geral do Ministério da Educação (MEC), apresentou um panorama atual das políticas públicas voltadas à educação inclusiva. Ela destacou o Plano Nacional de Afirmação e Fortalecimento da Educação Especial (PNAFEE), lançado pelo MEC, cujo objetivo é, até 2026, ampliar o acesso à educação de qualidade para pessoas com deficiência.

Ela abordou os desafios de retomar o trabalho da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi), recriada pelo governo federal em 2023, que havia sido negligenciada no governo anterior. E anunciou que o Distrito Federal recebeu um investimento de R$ 1,8 milhão para a instalação de 90 salas de recursos.

>> Semana Pedagógica do Sinpro abre com apresentações das políticas inclusivas do MEC

 

Segundo dia
A primeira palestra do segundo dia da Semana Pedagógica do Sinpro teve como tema: “Conhecendo a Equipe Especializada de Apoio à Aprendizagem – EEAA”. O painel teve como palestrantes Rosimeire Dutra, Fernanda Colares e Angélica Aparecida Silva. Durante as discussões, foi destacado que ainda há desafios no aproveitamento pleno do potencial das EEAA, como a falta de integração com os(as) professores(as) das escolas e a ausência de uma equipe multidisciplinar completa.
A valorização das EEAA como parte essencial para a melhoria da educação foi um dos pontos chave da discussão, com a necessidade de expandir e reforçar a presença dessas equipes nas escolas.

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Já na parte da noite do segundo dia, o painel da Semana Pedagógica do Sinpro foi: “Organização do trabalho pedagógico para o início do ano letivo”. Nele, as professoras Camilli de Castro, Rosimeire Dutra e Valdirene Reis, três profissionais com mais de 20 anos de experiência na Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF), mostraram que é possível traduzir ações diárias e experiências em uma educação de qualidade.

Criadoras do Canal Pedagógico professoras e professores em movimento, as educadoras mostraram a importância de ampliar os horizontes, desenhar processos, projetos e práticas pedagógicas; construir soluções, reconhecer potencialidades e, principalmente, valorizar a qualificação da atuação docente.

 

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Terceiro dia

Na sexta-feira (7/2), o evento trouxe uma análise do Plano Distrital de Educação (PDE), com um painel mediado por Júlio Barros, diretor do Sinpro e coordenador do Fórum Distrital de Educação.

A discussão girou em torno das preocupações com o cumprimento das metas do PDE, destacando que mais de 50% das reivindicações do magistério estão relacionadas a temas como valorização profissional, melhoria da infraestrutura das escolas e condições de trabalho.

Durante a palestra, foi ressaltado que a principal barreira para a execução do PDE é a falta de financiamento da educação. Auditoria realizada pelo Tribunal de Contas do DF sobre o PDE recebeu da Secretaria de Fazenda e da Secretaria de Educação do DF a informação de que o governo local não segue os parâmetros estabelecidos na Meta 20 do PDE para financiar a educação pública. Segundo as pastas, o índice estabelecido é “inexequível”.

A Meta 20 prevê que o percentual de investimento em relação ao Produto Interno Bruto do DF deve ser, ao fim de 2024, de 6,12% (recursos do FCDF incluídos). Paralelamente, de 2015 a 2021, foi registrado déficit de investimento em educação na ordem de R$ 31,27 bilhões. A maior parte desse desinvestimento gerado no governo Ibaneis Rocha.

 

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Edição: Vanessa Galassi