Sinpro intensifica campanha em defesa da EJAIT 2024

O GTPA-Fórum EJAIT passou a integrar o grupo de pesquisadores(as) colaboradores(as) do Observatório de Educação Básica da Universidade de Brasília (UnB). A adesão ocorreu na quinta-feira (4/4), após uma reunião conjunta dos grupos. Com isso, tanto as pesquisas como O monitoramento da educação básica no âmbito da Educação de Jovens, Adultos e Idosos Trabalhadores (EJAIT) ganha reforço e participação de mestres(as) e doutores(as) ligados(as) ao GTPA-Fórum EJAIT e a Fórum Distrital de Educação (FDE).

“Com essa adesão, passamos a colaborar com a ampliação das pesquisas e dos dados. Estamos à disposição do Observatório como pesquisadores(as) colaboradores(as) porque grande parte dos(as) integrantes do GTPA é, hoje, formada por mestres e doutores.  Portanto, o GTPA pode atuar nessa parte da pesquisa e preencher essa lacuna”, informa a professora Dorisdei Valente Rodrigues, integrante do GTPA-Fórum EJAIT e o FDE.

Conectado às demandas apresentadas pelo Sinpro-DF, o GTPA-Fórum EJAIT estabelece também a interlocução entre o sindicato, o FDE e o Observatório na identificação dos problemas decorrentes do desmonte da EJAIT. Dorisdei informa que, ao aderir ao monitoramento do Observatório, “o GTPA-Fórum EJAIT fará o intercâmbio entre universidade e sindicato, levando os problemas identificados pela entidade ao Observatório, instituindo essa conexão permanentemente para que os resultados do monitoramento não fiquem apenas ao nível de pesquisa, mas sejam transformados em subsídios para criação e materialização de políticas públicas e objeto de denúncias”, afirma.

Com isso, o Sinpro intensifica, nesta quinta-feira (11/4), a campanha em defesa da EJAIT. Além disso, o sindicato adota e incorpora, definitivamente, o nome oficial desse segmento instituído pelo Plano Distrital de Educação (PDE) 2015-2024, que atualizou o nome para “Educação de Jovens, Adultos e Idosos Trabalhadores (EJAIT)”. O mote da campanha continua o mesmo: “EJAIT: um direito seu e um compromisso social de todos e todas”. Um dos temas que essa nova fase da campanha irá abordar é o problema do atendimento dos(as) estudantes com necessidades especiais na EJAIT.

Estratégia de matrícula e desmonte da EJAIT

Ela observa que é importante o engajamento social na luta para assegurar a oferta da EJAIT na rede pública de ensino do Distrito Federal porque o desmonte desse segmento continua com força pelo governo Ibaneis Rocha (MDB). “A Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal, a SEE-DF, não atente ao segmento e, por isso, o ano de 2024 se tornou mais um período em que o GTPA recorre à Promotoria de Justiça de Defesa da Educação (Proeduc) para garantir a existência da EJAIT na capital do País”, denuncia a professora.

Dorisdei ressalta a importância de se observar, em primeiro lugar, o problema atual da estratégia de matrícula com diminuição de número de estudantes na EJA interventiva , considerando que a grande maioria dos(as) estudantes tem mais de um transtorno de desenvolvimento. “Em segundo lugar, outra questão a ser observada são os(as) estudantes não alfabetizados(as) no segundo segmento que não identificam as letras do alfabeto e deveriam estar no primeiro segmento. Em terceiro lugar, é também importante destacar as escolas que não possuem espaços adequados para diferentes atividades, assim como material didático, incluindo livros”.

“Atualmente, algumas escolas, como CEF 9 de Taguatinga, fecharam turmas e mandaram os(as) jovens com idade acima de 15 anos e necessidades especiais para a EJAIT porque eles(as) não têm um local específico para ficar no Ensino Fundamental. Esse local seria o Centro de Ensino Especial para alguns, porém, quando o(a) estudante tem possibilidade de avanço, precisa prosseguir nos estudos e a EJA Interventiva é uma possibilidade que tem apresentado bons resultados, principalmente para os com idade de 18 a 30 anos. No entanto, o Governo do Distrito Federal (GDF) está encaminhando esses(as) estudantes para a EJAIT, mas não oferta o suporte, como, por exemplo, materiais didáticos, livros, espaços para oficinas de acordo com os atendimentos especializados, a sala de recurso precisa de mais profissionais “, diz a professora Dorisdei.

O Centro Educacional 2 de Taguatinga atende estudantes da EJA Interventiva no 1º Segmento; no 2º Segmento, possui duas turmas da  5ª Etapa/Série com 11 estudantes, dos quais três têm TEA (Transtorno do Espectro Autista), quatro tem down (Síndrome de Down) e o restante DI (Deficiente Intelectual) ou Deficiência Múltipla ou (DMU). Se estivessem numa classe especial ou num Centro de Ensino Especial, provavelmente, um professor atenderia a um ou a dois estudantes. O problema do Ensino Especial está sendo repassado para a EJAIT e os(as) professores(as) não irão dar conta até porque 90% dos(as) que atendem interventiva hoje e, talvez, em determinadas escolas, até 100% são professores(as) do contrato temporário que estão fazendo aptidão sem experiencia com a EJA/Ensino Especial nas Coordenações Regionais de Ensino (CRE) e vão sem nenhum preparo para a sala de aula.

Além do problema da EJAIT Interventiva, nesta etapa da campanha, o Sinpro e o GTPA-Fórum EJAIT também trarão novidades sobre a pesquisa do Ministério da Educação (MEC) e Unesco acerca de alfabetização. O levantamento busca mostrar todos os locais que fazem alfabetização de adultos, tais como igrejas entre outros. Outro tema que pretendemos explorar é a alfabetização nas prisões. Com esses e outros temas relacionados à EJAIT, a diretoria colegiada do Sinpro-DF intensifica esta campanha necessária e urgente em razão do insistente desmonte em curso dessa e de outras modalidades de ensino da rede pública. A EJAIT, contudo, sobressai porque tem sido ferozmente atacada pelas políticas neoliberais e excludentes adotadas pelo governo Ibaneis Rocha (MDB).

Em 2023, o Sinpro deu continuidade à série com matérias em que denunciou problemas e apresentou soluções. Confira nos links a seguir algumas das principais matérias da campanha divulgadas em 2023.

 

Governo Ibaneis tenta usar EAD para extinguir a EJAIT no Distrito Federal

 

GDF adota turmas multisseriadas e multietapas como forma de destruição da EJA

Interrupção escolar: um fator que aprofunda o desmonte da EJAIT

GDF barra a entrada de mais de 1 milhão de trabalhadores na EJA

Sinpro retoma campanha em defesa da EJA

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