Vamos prevenir o câncer de mama

Desde o início da década de 90, o Outubro Rosa existe como estratégia internacional para o enfrentamento do câncer de mama, tipo de câncer que mais acomete mulheres em todo o mundo. Trata-se de um movimento encampado por governos, movimentos sociais e organizações não governamentais em todo o mundo, visando a democratizar informações e promover conscientização sobre a doença.

O diagnóstico precoce é decisivo para o enfrentamento da doença. Assim, o objetivo do Outubro Rosa é fortalecer as táticas de prevenção, e exigir dos governos as condições para diagnóstico e tratamento.

Estima-se que foram 2,3 milhões de casos novos no mundo em 2020, o que representa cerca de 24,5% de todos os tipos de tumores diagnosticados em mulheres. No Brasil, o número estimado em 2021 foi de 66.280 casos novos de câncer de mama, o que faz dele o tipo de câncer que mais mata mulheres no país. Os números são do Instituto Nacional de Câncer (Inca).

Para além dos efeitos físicos causados pela doença, há danos psicológicos que também devem ser combatidos. “A vida de um paciente com câncer sofre muitas mudanças, e as instituições e a sociedade devem estar preparadas para acolhê-los”, lembra a psicóloga do Sinpro, Luciane Kozicz. “Tecer falas com amor, educação tornam o nosso cotidiano mais grandioso. Que esse mês sirva de alerta para prevenção do câncer de mama e, principalmente, para nossa presença na relação com o outro. No mundo wireless em que vivemos há muitos corpos presentes, com almas ausentes”, aponta ela.

O símbolo do Outubro Rosa é o laço cor-de-rosa, que já vem marcando todos os materiais do Sinpro desde o início do mês. O emblema foi lançado pela fundação estadunidense Susan G. Komen for the Cure e distribuído aos participantes da primeira Corrida pela Cura, realizada em Nova York (EUA) em 1990. Desde então, o movimento se ampliou e o laço cor-de-rosa se tornou um símbolo dele.

 

Triste realidade no Brasil

Diante de esforços mundiais no enfrentamento ao câncer de mama, o Brasil, infelizmente, destoa. Diferente do que seria de se esperar, o governo brasileiro reduziu em 45% – quase a metade – a verba destinada à prevenção e ao controle do câncer no país para o orçamento de 2023. A tesourada se deu para garantir o volume de recursos para o Orçamento Secreto, e atingiu em cheio um programa estratégico do Ministério da Saúde: a Rede de Atenção à Pessoa com Doenças Crônicas – Oncologia.

A rubrica “estruturação de unidades de atenção especializada”, que repassa dinheiro a governos estaduais, prefeituras e entidades sem fins lucrativos para implementar, aparelhar e expandir os serviços de saúde hospitalares e ambulatoriais foi duramente atingida. O governo reservou para o corrente ano R$ 520 milhões para todas as ações. Para 2023, serão apenas R$ 202 milhões – menos da metade! -, somados todos os planos de aplicação. O corte é de R$ 318 milhões. Informações do jornal O Estado de São Paulo.

“Muitas vidas podem ser salvas quando há investimento do Estado para isso”, destaca Élbia Pires, coordenadora da Secretaria de Saúde do Trabalhador do Sinpro. “O Outubro Rosa deste ano também deve protestar contra esses vergonhosos cortes. É pela vida das mulheres!”, completa ela.

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Perguntas e respostas sobre o câncer de mama

O que é?
É o tipo de câncer mais frequente na mulher brasileira. Nesta doença, ocorre um desenvolvimento anormal das células da mama, que multiplicam-se repetidamente até formarem um tumor maligno.

Como a mulher pode perceber a doença?
O sintoma do câncer de mama mais fácil de ser percebido pela mulher é um caroço no seio, acompanhado ou não de dor. A pele da mama pode ficar parecida com uma casca de laranja; também podem aparecer pequenos caroços embaixo do braço. Deve-se lembrar que nem todo caroço é um câncer de mama, por isso é importante consultar um profissional de saúde.

Como descobrir a doença mais cedo?
Toda mulher com 40 anos ou mais de idade deve procurar um ambulatório, centro ou posto de saúde para realizar o exame clínico das mamas anualmente, além disso, toda mulher, entre 50 e 69 anos deve fazer pelo menos uma mamografia a cada dois anos. O serviço de saúde deve ser procurado mesmo que não tenha sintomas!

O que é o exame clínico das mamas?
É o exame das mamas realizado por médico ou enfermeiro treinado para essa atividade. Neste exame poderão ser identificadas alterações nas mesmas. Se for necessário, será indicado um exame mais específico, como a mamografia.

O que é mamografia?
É um exame muito simples que consiste em um raio-X da mama e permite descobrir o câncer quando o tumor ainda é bem pequeno.

O que pode aumentar o risco de ter câncer de mama?
Se uma pessoa da família – principalmente a mãe, irmã ou filha – teve essa doença antes dos 50 anos de idade, a mulher tem mais chances de ter um câncer de mama. Quem já teve câncer em uma das mamas ou câncer de ovário, em qualquer idade, também deve ficar atenta. As mulheres com maior risco de ter o câncer de mama devem tomar cuidados especiais, fazendo, a partir dos 35 anos de idade, o exame clínico das mamas e a mamografia, uma vez por ano.

O autoexame previne a doença?
O exame das mamas realizado pela própria mulher, apalpando os seios, ajuda no conhecimento do próprio corpo, entretanto, esse exame não substitui o exame clínico das mamas realizado por um profissional de saúde treinado. Caso a mulher observe alguma alteração deve procurar imediatamente o serviço de saúde mais próximo de sua residência. Mesmo que não encontre nenhuma alteração no autoexame, as mamas devem ser examinadas uma vez por ano por um profissional de saúde!

O que mais a mulher pode fazer para se cuidar?
Ter uma alimentação saudável e equilibrada (com frutas, legumes e verduras), praticar atividades físicas (qualquer atividade que movimente seu corpo) e não fumar. Essas são algumas dicas que podem ajudar na prevenção de várias doenças, inclusive do câncer.

(Extraído da Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde)