SEE cancela entrega de livros didáticos e Sinpro alerta: professores não estão em teletrabalho

O Sinpro tomou conhecimento que a Secretaria de Educação do Distrito Federal estava se mobilizando para fazer a distribuição dos livros didáticos para os(as) estudantes da rede pública de ensino do DF ainda esta semana. Diante da pandemia do novo Coronavírus, o sindicato, juntamente com outras entidades, entrou em contato com a Subsecretaria de Educação Básica (SUBEB) e na manhã desta quinta-feira (16) foi informado pela SUBEB que houve entendimento de não ser este o melhor momento, suspendendo assim a distribuição.

Devido à logística que seria empregada para esta distribuição, o risco de contágio de gestores(as), professores(as) e estudantes no ato da entrega do material seria muito grande.

O governo confirmou a suspensão e está prevista para esta quinta-feira (16) ou no mais tardar sexta-feira (17) a publicação de uma circular.

 

Professores não estão em teletrabalho

O Sinpro aproveita a oportunidade para lembrar que os(as) professores(as) regentes, orientadores(as) educacionais e professores(as) que fazem trabalho nos atendimentos (EEAA, SAA, Itinerância e sala de recurso) não estão em teletrabalho. Portanto, não devem participar de reuniões presenciais, assim como não tem obrigação de participar de telereuniões e menos ainda devem encaminhar atividades para os(as) estudantes em qualquer modalidade (Educação Infantil, Educação Especial, Ensino Fundamental Anos Iniciais, Ensino Fundamental Anos Finais e Ensino Médio). Salientamos ainda que a SEE está desenvolvendo atividades usando as plataformas Class Room e Google sala de aula, porém o sindicato orienta o professor a não participar de tais atividades, que hoje são chamadas pela secretaria de voluntárias.

Salientamos este ponto pelo fato de a Secretaria de Educação estar pedindo ajuda para professores(as) do Ensino Médio de forma voluntária. Ainda assim, a posição do Sinpro é de que todos(as) devem se abster deste tipo de trabalho, visto que até o momento, pelo que já monitoramos, alguns voluntários estão se deslocando para estúdios e tendo contato com mais pessoas, assim como outros, para ter acesso a materiais que complementem o uso do Class Room, estão indo às escolas buscar material ou fazer reunião com as escolas para desenvolver as aulas, ou seja, estão se expondo ao vírus e expondo a própria família ao contato do vírus. Mesmo os(as) que estão em casa estão desempenhando uma atividade que, no futuro, não será aproveitada como dia letivo e, portanto, terão de trabalhar novamente as atividades.

O sindicato chama a atenção que esta categoria, que sempre lutou para que a educação pública fosse ofertada para todos, não pode contribuir neste momento para o aumento do abismo que existe entre o acesso à tecnologia e a pobreza, que muitas vezes envolve as famílias. É preciso lembrar que muitas famílias dos nossos estudantes hoje têm uma situação mais urgente para resolver, que é o problema da fome.

 

Momento de se cuidar

O sindicato ressalta que este é um momento de cuidar da própria saúde e da família para que ao passar a pandemia e na reformulação de um novo calendário escolar, os(as) professores(as) tenham a disposição e a saúde necessárias para um grande esforço que será feito por esta categoria, que sempre teve compromisso com a educação e com os(as) nossos(as) estudantes.

Este esforço após a pandemia será exigido de todos(as) os(as) trabalhadores(as) do mundo, sobretudo dos(as) educadores(as), porque é a categoria que forma a base de uma sociedade justa e igualitária. Portanto, hoje os(as) trabalhadores(as) da área da saúde são exigidos ao máximo e tendo um grande sacrifício em prol da humanidade. Amanhã será a nossa vez. Esta não é a hora do professor. A nossa hora chegará.

 

Problemas se repetem pelo mundo

O Sinpro já entrevistou professores(as) da França, da Itália e da Espanha e o sindicato entende que neste momento todos(as) estão angustiados(as) e querendo colaborar. Mas o nosso comportamento não é diferente dos outros países. Para mostrar relatos de outros(as) companheiros(as), na próxima semana publicaremos textos e reportagens com a realidade de outros países e também da nossa rede de ensino.

Os(as) professores(as) poderão ler três matérias publicadas em nossa página, onde mostramos que há menção do uso de tecnologia de EAD na França, Itália e Espanha. Em todos os relatos, estes professores revelam dificuldades de fazer a ponte entre o que seria a aula e esta educação à distância.

Importante salientar que os estudantes destes três países possuem condição econômica muito melhor que as nossas, mesmo os mais pobres, alguns tendo acesso a equipamentos e sinal. Mesmo assim, como a educação básica destes países não está planejada para ter este tipo de aula, os três países europeus não estão conseguindo fazer fluir este tipo de conceito. A tendência, portanto, é de que como estão no final de ano letivo e nós no início, podem finalizar o ano com o que foi visto até o momento, aproveitando muito pouco as aulas à distância.

Como nós estamos no início do ano letivo, teremos tempo de desenvolver as aulas a partir do segundo semestre.

 

Um grande sacrifício está por vir

O Sinpro orienta a categoria que dedique este tempo de suspensão das atividades para cuidar da saúde, da família e se prepare para o grande sacrifício que teremos de fazer quando as aulas voltarem ao normal.

Já recebemos vários vídeos de escolas se comunicando com os pais de alunos passando uma mensagem de tranquilidade e calma neste momento, desejando saúde e pedindo para ficar em casa. Todos os vídeos serão publicados ao longo das próximas semanas. Se sua escola fez um vídeo, envie para nós que publicaremos em nossa página e redes sociais.

Confira abaixo os vídeos produzidos por várias escolas:

CEF GAN

EC 4 de Sobradinho

EC 66 de Ceilândia

Cenebraz em Brazlândia

EC 35 de Ceilândia

CEE 2 de Brasília

EC 11 de Sobradinho

EC 1 do Guará

EC 206 de Santa Maria

EC 34 de Ceilândia

EC Natureza

EC 708 Norte

EC Ipê

CEF 12 de Taguatinga

Escola Caic Bernardo Sayão

CEF Vila Areal