Retorno presencial às aulas segue em discussão pela categoria

A Secretaria de Educação do DF anunciou nesta terça-feira (27) o retorno presencial das aulas para o dia 5 de agosto, de forma escalonada, da educação infantil ao ensino médio. Pelo calendário, os dias 2, 3 e 4 de agosto ficam reservados para o encontro pedagógico. Entretanto, relatos de gestoras/es sobre a falta de recursos humanos e materiais, além de outras questões que impedem uma reabertura segura das salas de aula, mostram que as condições para a volta do ensino presencial ainda precisam de ajustes.

“A categoria entende que se faz necessário organizar o retorno presencial às aulas. Afinal, a escola é o melhor lugar para ensinar e aprender. Mas não podemos ter um retorno que não seja organizado e garanta o máximo de segurança para toda comunidade escolar. Estamos tratando de um possível retorno presencial em meio a uma pandemia que não está superada”, reflete a diretora do Sinpro-DF Rosilene Corrêa.

A sindicalista lembra que a categoria do magistério público segue com as discussões sobre o retorno presencial às aulas, com avaliações sobre a realidade e os problemas de cada unidade escolar e a análise do que o governo do DF vem fazendo quanto a isso. Nesta semana, dois encontros voltam a pautar o tema: reunião com gestoras/es, na quinta-feira (29), às 9h (saiba mais aqui), e a assembleia geral, agendada para sexta-feira (30), às 9h30 (saiba mais aqui). Os encontros serão virtuais.

No último dia 21 de julho, a Comissão de Negociação do Sinpro-DF reuniu-se com a secretária de Educação do DF, Hélvia Paranaguá, e apresentou preocupações da categoria para que o retorno presencial às aulas não seja o responsável pelo aumento dos casos de infecção e morte pela covid-19 no DF. Um dos pontos sugeridos pela Comissão foi o retorno realizado de forma escalonada, o que foi, em parte, acatado pela pasta.

“São quase 700 escolas com suas particularidades e dificuldades, e o retorno presencial de todas elas no mesmo dia iria resultar em uma explosão de problemas. Por isso, o retorno de forma escalonada é um dois pontos sugeridos”, explica Rosilene Corrêa. Entretanto, a diretora do Sinpro-DF entende que o intervalo entre os segmentos da educação para início das aulas presenciais, apresentado pela Secretaria de Educação, deve ser estendido.

“Cerca de 40% da rede pública de ensino é composta por séries iniciais. Com este exemplo, podemos ver que é necessário um espaço maior entre o início de um segmento da educação e outro”, afirma a sindicalista.

Para além das questões que envolvem o espaço físico das escolas, a categoria do magistério público ainda traz preocupações sobre a adequação do comportamento de trabalhadores e trabalhadoras da educação, estudantes, pais, mães e responsáveis no ambiente escolar com o retorno presencial às aulas em meio à pandemia. “Como iremos lidar com estudantes do ensino especial, por exemplo, que têm características próprias que, muitas vezes, não permitem o controle da postura? Como orientaremos pais, mães e responsáveis? Tudo isso também precisa ser discutido. Voltamos a dizer que a vacinação da categoria é sim o primeiro passo para o retorno presencial às aulas, mas é insuficiente para cravar esse retorno. Queremos voltar para as salas de aula, mas de forma consciente e responsável. E para que todas as lacunas sejam preenchidas, é necessária a mão forte do Estado”, diz Rosilene Corrêa.

Vacina
Na manhã desta terça-feira (27), postos de vacinação contra a covid-19 se negaram a aplicar a D2 da Oxford/AstraZeneca em professoras/es aptas/os a receberam a antecipação da segunda dose. Após questionado pelo Sinpro-DF, o secretário executivo da Secretaria de Educação, Denilson Bento da Costa, disse que todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Regionais de Saúde receberão uma circular que informa a antecipação da imunização e autoriza a vacinação de professoras/es que receberam a primeira dose da Oxford/AstraZeneca há 60 dias. “Quem ainda não completou os 60 dias deverá esperar o fechamento do período para procurar um posto de vacinação”, lembra a diretora do Sinpro-DF Rosilene Corrêa. “Todos os professores estão autorizados a vacinar ao completarem 60 dias”, reforça Denilson Costa.

Na reunião com a Comissão de Negociação do Sinpro-DF realizada no último dia 21, a secretária de Educação disse que será realizada uma repescagem da vacinação para trabalhadoras/es da educação que, por algum motivo, não puderam se vacinar durante a campanha específica para a Educação. De acordo com ela, isso seria feito antes da data indicada para o retorno presencial às aulas. Ela também se comprometeu a convocar 20% do banco de professores temporários para vacinação contra a covid-19. O critério seria a classificação.

Uma nova reunião entre a secretária de Educação e a Comissão de Negociação do Sinpro-DF está prevista para esta quarta-feira (28), no final da tarde, quando Hélvia Paranaguá deverá apresentar respostas aos pontos apresentados pelo Sinpro-DF. No encontro, ainda serão levadas novas questões, como a indefinição da D2 para trabalhadoras/es em educação que tomaram a vacina da fabricante Pzifer.

 
 

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