Mulheres na mira da reforma administrativa

Pavimentada nas mentiras de “inchaço da máquina pública”, “supersalário de servidores” e “ineficiência dos serviços prestados”, a reforma administrativa tem como falso pressuposto a “modernização” da administração pública e consequente economia no caixa do País. Entretanto, a PEC 32 traz um conjunto de regras que representa o desmonte dos serviços públicos, com prejuízos que recaem não só sobre servidores, mas em toda a sociedade, sobretudo sobre as mulheres.

A quinta matéria da Folha do Professor edição especial de abril – reforma administrativa aborda o tema e mostra como as mulheres se tornam as principais vítimas da proposta do governo federal. A matéria completa está no fim deste texto. E a integra da Folha do Professor poderá ser lida no link https://bit.ly/3tW4URk

A iniciativa de publicar no site do Sinpro-DF as matérias da Folha do Professor – edição especial reforma administrativa tem como objetivo ampliar ainda mais a facilidade para a leitura e o compartilhamento do material, já que a conscientização sobre a gravidade da proposta do governo Bolsonaro-Guedes é urgente.

Pressão

O Sinpro-DF está engajado na campanha “Servidor é legal. A reforma não”, que articula atuação virtual para pressionar deputadas e deputados a votarem contra a reforma administrativa. Através da plataforma Educação Faz Pressão, a/o internauta poderá enviar mensagem direta para as/os parlamentares, via email ou redes sociais. Participe! Basca acessar o link https://bit.ly/3t0ai5F

 

Matéria 5 da Folha do Professor: Mulheres na mira da reforma administrativa

A reforma administrativa ataca as mulheres em duas pontas: tanto na que são servidoras públicas, quanto na que são usuárias dos serviços públicos. E em ambas as pontas, as mulheres são maioria.

De acordo com estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), de 2020, as mulheres são maioria no serviço público e têm remuneração média inferior a dos homens, nos três níveis federativos e nos três poderes. Isso porque as mulheres ocupam menos cargos de chefia, menos cargos DAS (Direção e Assessoramento) – o que revela uma violência institucional contra as mulheres.

Com os ataques da reforma administrativa, as mulheres, que já estão em condições inferiores a dos homens, ficarão em situação ainda pior. Aliás, a reforma administrativa, que fala em “moralizar” o ser viço público, não prevê nenhuma regra para corrigir as discrepâncias salariais entre homens e mulheres nas diversas carreiras do funciona lismo, ou para encerrar os constantes casos de assédio moral e sexual realizados contra elas no ambiente de trabalho. Pela PEC 32, também não há qualquer garantia de estabilidade empregatícia para mulhe res mães, embora também recaia sobre elas o afrouxamento das regras para perda do cargo público.

Enquanto usuárias do serviço público, as mulheres também são as que mais saem perdendo com a reforma administrativa. Na estrutura social imposta, as mulheres são as principais responsáveis pelos cuidados e sobrevivência de familiares e outras pessoas que dividam o mesmo lar. Matrícula de escola para as crianças, serviço de saúde para os idosos, atendimento jurídico para casos de violência ou pagamento de pensão alimentícia estão entre a extensa lista de serviços públicos que são diariamente utilizados pelas mulheres, principalmente as negras e pobres. Com o desmantelamento dos serviços públicos, proposto pela reforma administrativa, as mulheres ficarão ainda mais sobrecarrega das e desamparadas.

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