Dia 2: Educação vai às ruas por Fora Bolsonaro

Neste sábado, 2 de outubro, professores(as) e educadores(as) educacionais reforçarão o bloco da classe trabalhadora que sairá às ruas pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Os atos serão realizados em todo Brasil. No DF, a concentração para a manifestação será às 15h30, no Museu da República.

Pouco antes, às 15h, também no Museu da República, o Sinpro-DF realizará a ação “Cirandar com Paulo Freire no Fora Bolsonaro”. A dirigente do Sinpro-DF Eliceuda França lembra que o patrono da educação é um dos principais alvos da extrema-direita que apoia Bolsonaro porque instiga as pessoas a pensarem criticamente, a questionarem o sistema em que vivem e a desconstruírem estruturas que oprimem, tornando o mundo mais justo e igualitário”.

“Essa ciranda é um ato lúdico necessário para mostrar que a educação que emancipa, que cria cidadãos e cidadãs pensantes, conscientes, como sempre defendeu Paulo Freire, é capaz de mudar os rumos do Brasil”, explica Eliceuda França.

>> Leia também: ATACAM PAULO FREIRE, MAS A QUEM SE DEVE O DRAMA DA EDUCAÇÃO PÚBLICA?

Segundo o dirigente do Sinpro-DF Cléber Soares, não faltam motivos para se somar às manifestações do dia 2 de outubro. “Desemprego, fome, carestia, retirada de direitos para todos. Para nós da educação, um ataque cada vez mais violento, com corte de verbas, tentativa de privatização da educação pública, precarização da mão de obra docente. Não é possível aceitar como natural o que está acontecendo em nosso país”, afirma.

Diante do retrocesso incalculável causado pelo desgoverno do presidente da República, os atos pelo Fora Bolsonaro mostram unidade cada vez maior. Neste 2 de outubro, além do movimento sindical de trabalhadores, das representações da sociedade civil e de partidos políticos de esquerda, outras legendas partidárias se somarão à luta em defesa da vida, da democracia, contra a fome, o desemprego e a carestia.

Para o presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues, “construir unidade de ação com todos aqueles que desembarcaram do bolosnarismo é estratégico para o resgate da democracia e da dignidade do povo brasileiro”. “Se você está indignado com toda essa covardia que vem sendo cometida contra nós, o povo brasileiro, nos encontraremos no próximo dia 2 de outubro, nas ruas!”, afirma o sindicalista em artigo.

>> Leia também: 2 DE OUTUBRO: O PRÓXIMO CAPÍTULO DO NECESSÁRIO FIM DA HISTÓRIA DE BOLSONARO

Educação nas ruas
Estratégica para o fortalecimento da democracia, a Educação é um dos setores mais atingidos pelo governo Jair Bolsonaro. Além da drástica retirada de verbas para o setor, avançou também o projeto ideológico que coloca mordaça na Educação e, ao mesmo tempo, a torna mercadoria.

“Se somarmos o que foi vetado e o que foi bloqueado, perdemos no governo Bolsonaro quase R$ 5 bilhões só no Ministério da Educação. Isso sem falar no avanço de projetos que querem acabar com a educação pública para que este seja um serviço ainda mais rentável aos setores privados. Também não podemos nos esquecer de projetos que retiram a liberdade de cátedra, como o Escola Sem Partido, e das falas cruéis do ministro Milton Ribeiro, que segregam. Não há dúvidas de que professores e professoras, orientadores e orientadoras, estudantes, pais, mães e responsáveis devem estar nas ruas no dia 2 de outubro para dizer Fora Bolsonaro”, afirma a dirigente do Sinpro-DF Rosilene Corrêa.

Ela lembra ainda que as quase 600 mil mortes causadas pela covid-19 são resultado da ausência de políticas públicas do governo federal, que se recusou a comprar vacina para combater o vírus mais temido do século. Rosilene Corrêa afirma que trabalhadores da Educação foram um dos alvos prioritários do governo Bolsonaro.

“Em nenhum momento o governo Bolsonaro se preocupou com a vida de professores e professoras, de orientadores e orientadoras educacionais, como não se preocupou com a vida de ninguém que frequenta as escolas. Mesmo sem nenhuma condição sanitária, a ordem era de retorno presencial. Isso sem falar na ausência de políticas públicas que garantissem o mínimo para que a educação pudesse seguir na pandemia, como internet banda larga para alunos e professores, por exemplo. Isso resultou na privação de milhares de crianças e adolescentes do direito à educação”, avalia.

Levantamento da Agência Pública mostra que Jair Bolsonaro é recordista em pedidos de impeachment. “Ao todo, mais de 1550 pessoas e mais de 550 organizações assinaram pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Foram enviados 136 documentos ao presidente da Câmara dos Deputados, sendo 82 pedidos originais, 7 aditamentos e 47 pedidos duplicados. Até agora, apenas 6 pedidos foram arquivados ou desconsiderados. Os outros 130 aguardam análise”, aponta.