Trabalhadores da educação brasileira se solidarizam com o povo do Amapá diante do apagão elétrico e também político que aflige toda a região

2020 11 20 destaque mocaoamapa

Foto: André Borges

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – CNTE, entidade representativa dos profissionais da educação básica do setor público brasileiro, expressa a sua mais veemente solidariedade ao povo amapaense que se vê, desde o último dia 03 de novembro, envolto em uma terrível crise energética que vem deixando quase a totalidade de suas cidades com falta de abastecimento elétrico. Dos 16 munícipios do Estado, apenas 3 não foram atingidos pela falta de eletricidade que assola a vida de quase 90% de sua população, quase 800 mil pessoas.

O caos impactou os serviços de internet, de telefonia, de abastecimento de combustível, de seu atendimento hospitalar e todo o sistema hidráulico do Estado, gerando protestos legítimos de sua população que, nas ruas e às escuras, tentam entender os motivos do caos e do descaso. E toda essa crise se dá justamente no período que os casos de contaminação pelo Coronavírus no Estado voltaram a aumentar. Calamidade pública generalizada!

O primeiro elemento que ficou evidente em toda essa crise é que, apesar de afetar a todos, seus impactos se deram de forma diferenciada entre os cidadãos: os ricos e a elite do Estado logo conseguiram providenciar geradores particulares de energia para suas casas. Uma segunda questão também salta aos olhos de todos: o fornecimento da energia elétrica do Estado, privatizada desde 2008 para uma empresa espanhola que, já no ano passado, depois de um processo de falência judicial, repassou a operação à outra empresa privada, estava totalmente deficitário de investimentos. Ao abrir mão de uma área tão estratégica como a transmissão de energia, o Estado vira cúmplice de todo o caos que hoje vive o povo amapaense.

O sofrimento de quase 800 mil pessoas, aquele contingente atingido por essa chamada crise energética, transforma tudo em uma crise também política e ética! Quando os interesses privados se sobrepõem àqueles de defesa da vida, o sofrimento do povo mais pobre termina por criar um verdadeiro caos humanitário!

Os/as educadores/as de todo o país sofrem junto com o povo do Amapá e, junto aos mais atingidos, se solidarizam com as suas dificuldades. Esse grave desabastecimento energético acontecer em um momento de epidemia sanitária como esse que estamos submetidos deixa tudo mais dramático e grave! Mas também, na mesma proporção, aumenta nossa solidariedade!

Brasília, 20 de novembro de 2020

Direção Executiva da CNTE