I Congresso Internacional de Mulheres na Venezuela

Sinpro-DF participa de do I Congresso Internacional de Mulheres

 

Mais de 70 delegadas, representantes de 21 países, participaram do “I Congresso Internacional de Mulheres – Pela paz e a solidariedade entre os povos” e decidiram que as mulheres latino-americanas deverão lutar contra o regime neoliberal por ser uma política de violência econômica e política que atenta contra a emancipação das mulheres.

Entre as deliberações aprovadas, o encontro, realizado em Caracas, Venezuela, entre os dias 19 e 23 de setembro, definiu que os países latino-americanos e de outros continentes do hemisfério sul deverão fortalecer a política de Cooperativismo Sul–Sul, que, no Brasil, foi posta em prática pelos governos democrático-populares durante 13 anos.

Um dos objetivos do encontro foi o de organizar o movimento de mulheres latino-americano para enfrentar o avanço da economia neoliberal e dos regimes políticos fascistas. Na avaliação delas, esses regimes conjugam relações de propriedade com a submissão das mulheres, reforçam o racismo, afiançam o patriarcado, exacerbam o machismo, acentuam a lesbotranshomofobia e encobertam a exploração sexista por meio da indústria cultural.

“Por meio da indústria cultural, cria, no inconsciente coletivo, um modelo de convivência coisificador da mulher e a converte em objeto suscetível de intercâmbio mercantil”, diz a Declaração de Caracas 2019 – carta do I Congresso Internacional de Mulheres. As mulheres realizaram uma análise aprofundada da situação econômica e política do mundo e da Venezuela, com críticas e denúncias contra o embargo ao país imposto pelos Estados Unidos da América (EUA).

Nessa análise, apontaram o embargo como um instrumento das elites norte-americana e latino-americana, sobretudo da Colômbia e da própria Venezuela, para pôr em curso um plano estratégico de encher de violência e morte a Venezuela para despedaçá-la e entregá-la aos pedaços às transnacionais e às oligarquias do continente, como fizeram com o pré-sal brasileiro, com a Petrobrás, com o Orçamento público, com as empresas públicas do setor elétrico entre outras instituições públicas brasileiras.

Foram identificados os problemas atuais de todos os países latino-americanos e de outros países do mundo, como os do Oriente Médio e África, os quais, na opinião delas, são consequências dessa política que visa a atender aos “interesses da elite dominante dos EUA e dos países latino-americanos “com seus planos estratégicos para levar a violência e a morte ao mundo”.

Além do embargo econômico à Venezuela e Cuba, as mulheres apontaram a luta contra o neoliberalismo e a política fascista que avançam sobre vários países do mundo como responsáveis pela crise multifatorial que atinge o planeta nos dias atuais e que massacram, sobretudo, as mulheres. Aprovaram também um plano de lutas com sete itens que inclui a denúncia em todas as ocasiões possíveis desse conluio neoliberal entre as classes dominantes europeias, norte-americanas e latino-americanas.

Outra deliberação foi a de exaltar as iniciativas históricas dos povos latinos em diversos países contra todo o tipo de submissão, como, por exemplo, o projeto de país defendido pela própria Venezuela, com a revolução bolivariana; pela Nicarágua, com a revolução sandinista; pela revolução cubana; pela experiência zapatista no México; entre outras.

O Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF) participou do evento, representado por Vilmara Pereira do Carmo, coordenadora da Secretaria para Assuntos e Políticas para Mulheres Educadoras.

“O Encontro foi uma oportunidade para conhecermos como se dá de forma protagonista e intensiva a ação das mulheres na Venezuela. Conhecemos as dificuldades, a escassez de alimentos imposta de forma covarde pelo Imperialismo estadunidense. Entretanto, conhecemos as políticas implantadas por Maduro para assegurar justiça social e o combate à desigualdade com programas de assistência social”, disse Vilmara

A diretora do Sinpro-DF diz ainda que “assim como a forma de organização da Revolução Bolivariana nas comunidades venezuelanas. Existem centenas de grupos comunais liderados por mulheres que organizam a vida nos bairros. Além da organização esses grupos têm como objetivo promover a formação das pessoas da comunidade com debates sobre a conjuntura, sobre as relações sociais”.

Além de Vilmara, a comitiva do Brasil participou com mais cinco mulheres: Juliana Andrade, a Ju Pagu, jornalista e integrante da da Frente Ampla do 8 de Março; Maria Antônia, do Comitê de Solidariedade à Venezuela; além de uma representante da União da Juventude Socialista (UJS) e outra do Coletivo Olga Benário.

“Nós, no Brasil, temos um desafio muito grande que é o de nos inteirarmos dos temas latino-americanos, principalmente os da resistência popular e da construção do bem viver que os nossos vizinhos, países latino-americanos, têm, muitas vezes, já bem instaurado”, diz Ju Pagu.

No entendimento da jornalista, “infelizmente o Brasil é governado por grandes oligarquias e pactuadas com o neoliberalismo dispostas a colocar em curso no Brasil um modelo de desenvolvimento destruidor de vidas, da natureza e de submissão aos países imperialistas. Nós não apostamos nesse projeto de país”, afirma.

Confira aqui o link para a Declaração de Caracas do “I Congresso Internacional de Mulheres – Pela paz e pela solidariedade dos povos”

Veja imagens do evento.