Servidores de Formosa suspendem greve, após dois meses parados

Após 59 dias de muita luta, o funcionalismo de Formosa interrompeu o movimento paredista e voltou ao trabalho nessa segunda-feira (21). Porém, a última proposta da prefeitura ainda é insuficiente e não contempla a categoria.
A oferta sinalizada pela prefeitura em reunião com o Sinprefor – sindicato que representa os servidores municipais de Formosa -, na última sexta-feira (18), foi um reajuste de apenas 5%, que será dividido em 5 parcelas de 1%. Esses valores serão repassados a partir do mês de maio.
Sobre o corte irregular de 15 dias na remuneração dos grevistas em fevereiro, a prefeitura prometeu ressarcir os valores descontados no fim de março. A Prefeitura alegou para o corte uma suposta ilegalidade da greve, mas a justiça local não concordou, considerando a greve legal.
O reajuste de 5% vale para professores, merendeiros, guardas municipais, servidores da garagem e do quadro administrativo.
Para Alex Oliveira, presidente do Sinprefor, a oferta não atende a pauta trabalhista, porém, as reivindicações continuarão: reajuste de acordo com a lei para o piso do Magistério, correção salarial pela inflação de 2015 e tabela de salários para todos os servidores e reposição de perdas de 2014. “Nossa luta não acabou, continuaremos pressionando o governo local para que incluam na propositura os demais pontos não atendidos”, disse.
Apesar de insatisfeitos com a oferta apresentada, os servidores entenderam a importância da luta sindical e se fortaleceram. Embora desgastante, não fosse o movimento paredista do funcionalismo a Prefeitura sequer teria dado qualquer reajuste, como fez no ano anterior.
A mobilização dos servidores repercutiu em Formosa e cidades vizinhas, expondo as falhas administrativas do governo local. Durante todo o movimento, os servidores se mantiveram unidos e realizaram passeatas, carreatas, ocupações, atos e até campanha de arrecadação para o fundo de greve, com venda de doces e recolhimento de alimentos.
As cestas básicas foram doadas aos servidores com maior vulnerabilidade econômica, que sofreram graves prejuízos após os cortes ilegais realizados pela prefeitura intransigente.
Com o fim da greve, a próxima assembleia foi agendada para 4 de abril, quando será avaliada a continuidade do movimento, da situação dos servidores, se houve a devolução da remuneração cortada, entre outros pontos.