Reforma da Previdência é a prioridade do governo Bolsonaro

Enquanto os eleitores de Jair Bolsonaro comemoravam a eleição do candidato do PSL à Presidência da República, na noite desse domingo (28), o presidente ilegítimo Michel Temer fez um pronunciamento parabenizando-o pela vitória e oferecendo, como colaboração ao novo mandato, levar adiante a reforma da Previdência para finalizá-la ainda este ano.
A pressa e a promessa é a principal agenda do sistema financeiro para consolidar o golpe de Estado de 2016. A notícia, divulgada na página 4 da editoria de Política do Correio Braziliense desta segunda-feira (29), dá conta de que, na avaliação de Temer, “é possível finalizá-la este ano” porque a “estrada estará inteiramente asfaltada para o próximo governo”.
Os primeiros movimentos do novo presidente, logo após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) oficializar o resultado, foi o de anunciar que a reforma da Previdência será prioridade: um passo neoliberal que tanto preocupou os(as) trabalhadores(as) nos últimos 2 anos, desde o golpe de Estado de 2016, contra a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) e, agora, retorna ao cenário com esse “acordo” entre Michel Temer e Jair Bolsonaro.
No discurso, após a confirmação de sua eleição, Bolsonaro disse que a prioridade é a reforma da Previdência. O economista Paulo Guedes, futuro ministro da Fazenda de Bolsonaro, disse, nesse domingo (28), que a mudança do modelo da economia será focada em três “grandes itens” para controle dos gastos públicos e que a prioridade será reforma da Previdência.
“O primeiro grande item: a previdência. Precisamos de uma reforma da previdência. O segundo grande item do controle de gastos públicos: as despesas de juros. Vamos acelerar as privatizações. O terceiro é uma reforma do Estado, ou seja, reduzir a máquina pública. Vamos reduzir privilégios e desperdícios”, afirmou.
Maioria do eleitorado não votou em Bolsonaro
Importante destacar que a maioria esmagadora dos eleitores dos 147 milhões de pessoas aptas a votar não elegeu Bolsonaro: a soma dos votos nulos (8,6 milhões de eleitores – 7,4%), dos votos brancos (2,4 milhões – 2,1%), das abstenções, ou seja, pessoas aptas a votar que não foram às urnas (31,3 milhões – 21,3%), com os eleitores de Fernando Haddad  (47,04 milhões – 44,87%) dão conta de que 89,14 milhões de eleitores brasileiros não aceitam o programa de governo dele.
Diante dessa situação, a diretoria colegiada do Sinpro-DF afirma que a tarefa de lutar contra a retirada de direitos continua e deverá ser cada vez mais acirrada. O Sinpro-DF, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT), que tem denunciado o golpe contra a classe trabalhadora e sua consolidação por meio de uma eleição democrática, alerta e convoca a categoria para as novas lutas em defesa dos interesses da classe trabalhadora no próximo período.
O movimento sindical, como em todo período histórico de retrocesso, colocou-se à frente na defesa dos interesses da classe trabalhadora, bem como das minorias, dos direitos sociais, fundamentais, trabalhistas e humanos, e, sobretudo, em defesa de uma educação pública, gratuita, de qualidade, laica e socialmente referenciada: um projeto diferente do que está na pauta de Jair Bolsonaro, que pretende transformar o Ensino Médio e Fundamental em educação a distância.