Prefeitura de São Paulo libera aulas presenciais a partir de 1º de fevereiro

Gestão Covas anuncia que escolas irão operar com esquema de rodízio e até 35% da capacidade máxima

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A Prefeitura de São Paulo autorizou, nesta quinta-feira (14), o retorno das aulas presenciais nas redes pública e privada a partir de 1° de fevereiro. Em coletiva, a gestão Bruno Covas (PSDB) disse que as escolas poderão operar em esquema de rodízio de estudantes, com 35% da capacidade. As aulas presenciais foram suspensas no município, em 16 de março de 2020 por conta da pandemia do novo coronavírus.

Para o retorno presencial, a prefeitura anunciou a implementação de um sistema de monitoramento de vigilância, por meio das unidades de vigilância em saúde nas escolas. Edson Aparecido, secretário municipal de Saúde, disse que as Unidades Básicas de Saúde (UBS) farão o acompanhamento detalhado das crianças, educadores e dos pais.

Os professores com mais de 60 anos e do grupo de risco não retomarão as atividades. Fernando Padula, secretário municipal de Educação, que também esteve presente na coletiva, anunciou que serão entregues kits para cada aluno da rede pública, que incluem sabonete, uma caneca e três máscaras.

Nesta quarta-feira (13), estado de São Paulo registrou número total de 13.490 pacientes internados por covid-19 em toda rede hospitalar – número maior desde o dia 2 de agosto de 2020, quando foram contabilizadas 13.775 internações no total. A média móvel de mortes segue acima de 200 ocorrências há cinco dias.

O vereador Celso Giannazi (Psol-SP) criticou a ação da prefeitura e lembra da falta de estrutura para o retorno. “Sem nenhum diálogo com a comunidade escolar, a Prefeitura quer retomar aulas justo no momento em que o número de casos e mortes da covid-19 não para de crescer. Lembrando que as escolas não têm as condições para o retorno e há um déficit de professores, de profissionais do Quadro de Apoio e de profissionais de limpeza nas escolas públicas”, publicou no Twitter.

Professores são contrários

A medida segue o plano estabelecido pelo governador João Doria (PSDB) que, em dezembro do ano passado, classificou os estabelecimentos de ensino como serviços essenciais para que possam abrir em qualquer fase da pandemia. O Conselho Estadual de Educação definiu, nesta quarta-feira, as diretrizes do retorno e estabeleceu que as escolas ofereçam todo mês pelo menos um terço das aulas de forma presencial em 2021. A frequência dos alunos será obrigatória e vale para as escolas estaduais e particulares, da educação infantil ao ensino médio.

A ideia da gestão tucana é voltar às aulas presenciais, mesmo se o estado estiver na fase vermelha do Plano São Paulo, que corresponde aos piores índices da pandemia. Os professores são contra o retorno às aulas presenciais, e classificam essa iniciativa como “um absurdo”.

“A posição dos sindicatos sempre foi a de um retorno seguro, que possa cumprir todas as condições sanitárias e ao mesmo tempo também os conselhos das autoridades científicas e as advertências no sentido do não recrudescimento da pandemia”, afirma o presidente da Federação dos Professores do Estado de São Paulo, Celso Napolitano, ao repórter Jô Miyagui, da TVT.

A Apeoesp, o sindicato que representa os professores da rede pública, é contra e entrou na Justiça para impedir novas contratações, como pretende o governo do estado de São Paulo. “Você quer trabalhar na rede presencialmente, você tem que assumir o risco. Isso é um absurdo. É por isso que nós, da Apeoesp, estamos entrando com uma ação contra essa portaria de contratação, uma portaria que eu chamaria de, no mínimo, uma portaria mórbida, de mau agouro”, afirma o secretário de Comunicação da Apeoesp, Roberto Guido.

Reprodução: CUT