PIB negativo escancara crise econômica no Brasil

No último mês de agosto, o Sinpro alertou que a deflação tão festejada pelo governo Bolsonaro era produto de um crescimento falso, e que as consequências poderiam ser desastrosas. Nesta segunda-feira, 17, o Banco Central anunciou queda de 1,13% na prévia do crescimento do PIB para o mês de agosto – a maior queda desde março/2021, quando o Brasil sofria as consequências da devastadora segunda onda da Covid-19.

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A deflação que observamos no Brasil é o reflexo de uma crise profunda: a população detém pouco poder de compra, e isso obriga os preços a caírem; o que não mostra uma economia saudável, muito pelo contrário! Mostra o empobrecimento da população; e que o comércio e a indústria não estão conseguindo vender. “A deflação, no nosso contexto de desvalorização da moeda, é sinal de baixo consumo, o que faz com que caia a produção e gere desemprego”, diz Cláudio Antunes, diretor do Sinpro. “Nós já tínhamos apontado antes que a deflação no Brasil de agora não tem nada de positivo”, completa ele.

Os índices econômicos devem sempre ser observados em conexão com índices socioeconômicos importantes como desemprego, informalidade, e (des)valorização do salário mínimo. Além disso, no Brasil, quase 63 milhões de pessoas estão vivendo abaixo da linha da pobreza, o que equivale a dizer que 30% dos brasileiros têm renda domiciliar per capita de R$ 497 por mês, segundo dados do Mapa da Nova Pobreza, divulgado pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV) no final de junho último.

De acordo com o empresário e ex-banqueiro Eduardo Moreira, os números anteriormente alardeados pelo governo configuravam uma bomba-relógio programada para explodir depois das eleições. “Mas era tão frágil que está estourando antes das eleições”, comenta Moreira. “O governo comprou um crescimento falso, comprou uma inflação mais baixa também falsa, que duraria poucos meses”, afirma ele, classificando a situação brasileira atual como de caos e desastre econômico.

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