Para 82% dos professores, trabalho remoto traz aumento da jornada de trabalho

Pesquisa intitulada “Trabalho docente em tempos de pandemia”, realizada com 15.654 professores da educação básica que atuam nas redes municipais, estaduais e federal, mostrou que o aumento da jornada de trabalho sem nenhum tipo de remuneração adicional é um dos principais pontos destacados pela categoria com a realização de trabalho remoto. Para 82% dos entrevistados, houve aumento das horas de trabalho em comparação ao tempo empregado na preparação das aulas presenciais. A pesquisa foi realizada pelo Grupo de Estudos sobre Política Educacional e Trabalho Docente da Universidade Federal de Minas Gerais (Gestrado/UFMG), em parceria com Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).

O estudo, o maior em número de respondentes já realizado no país sobre a pandemia do novo coronavírus e os impactos nos sistemas educacionais, também mostrou que 89% dos professores não contavam com nenhuma experiência anterior em educação a distância e que menos de um terço dos respondentes considera fácil ou muito fácil o uso das tecnologias digitais. Além disso, no momento da pesquisa, 54% dos docentes das redes municipais de ensino alegaram não ter recebido nenhum tipo de formação para o ensino remoto; nas redes estaduais esse índice foi de 25%.

Segundo a pesquisa, o celular é o dispositivo tecnológico mais utilizado pelos docentes para ministrar as aulas a distância, seguido do notebook. Mas apenas 65% dos respondentes conta com internet banda larga, enquanto outros 24% dependem do plano de dados do telefone móvel.

“A expectativa agora é de que o levantamento realizado possa contribuir para a elaboração de políticas consequentes que promovam a melhoria das condições de trabalho desses profissionais e para a melhoria da oferta educativa de seus estudantes”, afirma o professor Heleno Araújo, presidente da CNTE.

>> ACESSE O RELATÓRIO TRABALHO DOCENTE EM TEMPOS DE PANDEMIA

Fonte: CNTE, com edição da CUT-DF