Educadores de todo o Brasil exigem severa punição a policiais militares que agrediram com espancamento mulher grávida em Bonito/MS

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A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – CNTE, entidade representativa dos profissionais da educação básica do setor público brasileiro, expressa o seu repúdio veemente à ação policial que resultou em cenas de forte agressão proferida contra mulher em delegacia de Bonito, cidade e centro do ecoturismo de Mato Grosso do Sul.

Moradora de Corumbá/MS, a vítima estava a passeio na cidade de Bonito com seus três filhos a fim de comemorar seu aniversário quando, em uma discussão trivial em um restaurante da cidade, a Polícia Militar foi acionada pela proprietária do restaurante a fim de “resolver” a contenda. Obedecendo as ordens da proprietária do restaurante, os policiais militares foram até o hotel onde a vítima e seus três filhos estavam hospedados para impor suas ações “corretivas”, que foram as de levar a vítima a uma delegacia da cidade. Lá ocorreram as cenas degradantes que viralizaram pela internet: o policial militar André Luiz Leonel, 2° Tenente da PM do Mato Grosso do Sul, desferindo socos e chutes contra uma mulher sentada e imobilizada, contando com a ajuda de outro policial.

Para além da violência policial e do envolvimento recorrente do tenente da PM do Mato Grosso do Sul em casos de violência e exorbitância de suas funções, o caso chama a atenção por outro detalhe que não pode passar despercebido e que justifica o pronto atendimento da PM em atender às ordens da dona do restaurante: em uma situação típica de nossa cultura, mas absolutamente reprovável e condenável, uma fala da proprietária do restaurante, reproduzida por órgãos locais de imprensa, dão conta que o “pronto atendimento” da PM à sua solicitação se deu porque os policiais costumam, em troca de uma suposta segurança, almoçar e jantar de forma gratuita no seu estabelecimento. Esse péssimo hábito ali verificado, que se vê em muitas cidades brasileiras, até em regiões onde o tráfico e a milícia se impõem a partir desses mecanismos de proteção das propriedades dos comerciantes, deve ser rigorosamente coibido, sob pena de perdermos a função social e republicana de nossas polícias militares.

Os/as educadores/as de todo o Brasil exigem a apuração urgente dessa agressão desmedida contra uma cidadã! A abertura de procedimento investigatório da ação violenta desses agentes da Polícia Militar já foi feita, mas estamos acompanhando os seus desdobramentos e exigimos a rigorosa punição dos envolvidos, bem como a investigação dessa relação promíscua entre comerciantes e agentes da lei.

Brasília, 23 de novembro de 2020

Direção Executiva da CNTE