Governo Ibaneis tem menor número de professores efetivos da última década
Mais de 3,1 mil professores(as) foram nomeados para a rede pública de ensino do DF no último 14 de junho. O número foi capitalizado pelo governo Ibaneis. Entretanto, mesmo com essas nomeações – resultado da luta intensa da categoria representada pelo Sinpro –, o número total de professores(as) efetivos(as) no governo Ibaneis Rocha é o menor dos últimos dez anos .
Em 2014, gestão Agnelo Queiroz, a rede pública de ensino do DF tinha 31.640 professores(as) efetivos(as). Rodrigo Rollemberg, que iniciou mandato em 2015, terminou a gestão em 2018, com 28.951 professores(as) efetivos. Já Ibaneis Rocha iniciou o primeiro mandato em 2019 com 27.265 professores(as) efetivos. Hoje, já no segundo mandato, o governador traz consigo a lamentável marca de 25.040 professores(as) efetivos(as), isso já contabilizados os(as) recentes 3.104 professores(as) nomeados.
“O governador tentou vender para o povo do DF que essa é a maior nomeação de professores e professoras do DF, mas colocou bem disfarçadamente que o número trata de nomeação feita de uma única vez. Os números que são da própria Secretaria de Educação mostram que este é o governo com menor quadro de professores e professoras efetivos”, analisa o diretor do Sinpro Cleber Soares.
O dirigente lembra que, não fosse a Greve da Educação, realizada ano passado, o cenário seria ainda pior. “É preciso reforçar que a nomeação de 3.104 professores e professoras neste mês de junho e das outras 776 em dezembro do ano passado são resultado da greve da categoria do magistério, encabeçada pelo Sinpro. Isso também se aplica às nomeações dos 80 orientadores e orientadoras educacionais neste mês e outros 20 em dezembro de 2023.”
“Foi a Greve da Educação, feita por nós, com a responsabilidade do nosso sindicato, que vem mudando a agenda do GDF. Não fosse a nossa luta, a nossa teimosia em reivindicar uma educação pública de qualidade, provavelmente teríamos um número de efetivos na rede ainda menor”, afirma Cleber Soares.
Precarização
Enquanto o número de professores(as) efetivos(as) no governo Ibaneis é o menor da última década, o número de professores(as) em regime de contratação temporária bate recordes. Segundo informações de 2023 da SEEDF, via Lei de Acesso à Informação, são cerca de 16,5 mil professores(as) submetidos(as) a esse tipo de contratação. Isso significa que mais de 70% dos(as) professores(as) em sala de aula são substitutos(as).
Além do número absurdo de professores(as) em contratação temporária, já questionado pelo Ministério Público de Contas do DF, a rede pública de ensino do DF registra anualmente cerca de mil profissionais do magistério.
“É uma equação que não fecha: cresce o número de contratos temporários e diminui o de efetivos. Quem perde com isso é a população do DF”, afirma o diretor do Sinpro Cleber Soares. “A rotatividade de professores e professoras em contrato temporário é alta, o que afeta diretamente o acompanhamento pedagógico dos alunos e das alunas, impactando no aprendizado”, diz o dirigente sindical. Ele também explica que, embora professores(as) em regime de contratação temporária tenham as mesmas habilidades que os(as) efetivos, eles e elas estão longe de terem os direitos equiparados.
Zera excedentes já!
Para o Sinpro, o quadro caótico da rede pública de ensino exige a nomeação não só daqueles e daquelas que estão nas vagas imediatas e no cadastro reserva do concurso realizado em 2022, mas de todos e todas que atingiram a nota de corte do certame e tiveram a aprovação homologada.
>> Leia também: SINPRO REAFIRMA LUTA PELA NOMEAÇÃO DE TODOS OS APROVADOS NO CONCURSO DE 2022
Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias 2025 (PLDO) orienta que sejam nomeados 8.517 professores(as)/orientadores(as) educacionais no próximo ano. Atualmente, são 14.779 cargos vagos na carreira magistério público.
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