Gestão Democrática: entre que a causa é sua!
A luta pela Gestão Democrática não está resumida à eleição de diretores/as e de conselhos escolares. A eleição para diretores/as é um importante instrumento de democratização da gestão. porém, não é o único e deve ser associado a outros para eliminar práticas hierárquicas e ampliar o exercício da autonomia dos sujeitos escolares. Não nos iludimos que a eleição por si só elimine o autoritarismo e a falta de participação de professores/as, funcionários/as, pais, mães e alunos/as nas decisões. É um momento de exercício da democracia e dos princípios que defendemos. Todavia, limitar a gestão democrática ao processo eleitoral para direções e conselhos escolares é uma visão extremamente reduzida e pobre. É necessários conhecer e praticar cotidianamente os princípios e os instrumentos de democratização da escola e do sistema.
Essa batalha é, sobretudo, a mola mestra de uma concepção baseada na autonomia pedagógica e capaz de combater as construções educacionais criadas pelo liberalismo, e mais tarde pelo neoliberalismo. Estas visões liberais e neoliberais, cada vez mais, descaracterizam a nossa profissão. Reduzem-na a uma simples monitoria. Passamos a ser simples facilitadores. A autonomia do professor e da professora, ensinada por Paulo Freire, só é possível quando a política educacional é discutida, formulada e revisada pelos diversos sujeitos do processo de ensino-aprendizagem.
O SINPRO/DF defende a Gestão Democrática como concepção ideológica, pois a tarefa de construção de uma escola pública de qualidade social posta para nós, da escola pública, não pode ser adiada. Essa construção passa, necessariamente, pela implementação de uma nova forma de gestão escolar nas diversas decisões.
A Gestão Democrática não é apenas um desejo da nossa categoria. Ela é o principal instrumento para superar as diversas práticas autoritárias no interior das unidades de ensino. A conquista da Gestão Democrática Escolar (nas escolas) e a Gestão Democrática da Educação (do sistema escolar) é um grande passo para definir as transformações da educação no Distrito Federal, longamente aprisionadas pelas cercas do clientelismo político e do coronelismo, utilizados pela elite dirigente candanga.
O sonho de implementar a DEMOCRACIA NAS ESCOLAS E NO SISTEMA FAR-SE-Á PELA NOSSA LUTA, pois, acostumados às batalhas, aprendemos que “a nossa vida é lutar”.
*Júlio Barros