Governo não entrega itens para a merenda e alimentação escolar está comprometida

O Governo do Distrito Federal continua sem entregar os alimentos necessários para a merenda dos estudantes nas escolas públicas do DF. Esse tem sido um problema grave, frequentemente denunciado pelo Sinpro e pelo CAE (Conselho de Alimentação Escolar do DF).

Em visita a escolas de Ceilândia e Taguatinga, o diretor do Sinpro e membro do CAE Samuel Fernandes testemunhou uma realidade que é de todo o Distrito Federal: muitos itens estão faltando, e o resultado é a repetição de cardápio.

As prateleiras e freezers dos depósitos das escolas estão praticamente vazios. A quantidade de arroz e feijão é insuficiente, e sequer há manteiga ou queijo para serem acrescentados aos pães e cuscuz que são oferecidos diariamente, sem alternância. Carne, apenas suína – e cheia de gordura, como mostra a foto abaixo, feita por Samuel, que registrou a gordura retirada da carne pelas merendeiras. “Só tem cuscuz com carne de porco todo dia”, aponta Samuel.

 

São muitos os itens em falta: “Não estão entregando carne vermelha, frango, peixe, óleo, ovos, leite, macarrão… É carne suína praticamente todos os dias, e com uma grande quantidade de gordura”, denuncia o dirigente sindical. “Nós, do Conselho de Alimentação Escolar, já notificamos os órgãos de controle denunciando essa situação. Até porque a verba destinada à merenda escolar existe, mas os alimentos não estão chegando com a qualidade adequada aos pratos dos alunos”, afirma Samuel.

Em 2023, o GDF recebeu mais de R$ 130 milhões para investir em alimentação escolar. A restrição de itens entregues às escolas é injustificável. “Vamos lembrar que desde o início do ano letivo estamos denunciando essa situação, que impossibilita o cumprimento do cardápio organizado pela própria Secretaria de Educação”, destaca Samuel.

 

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“A falta de itens para a merenda escolar está tendo repercussão em todo o Distrito Federal. Diante desse problema, algumas escolas estão utilizando recursos próprios para complementar a alimentação dos estudantes”, conta Ricardo Gama, também diretor do Sinpro e membro do CAE. “Ontem uma aluna me questionou se ‘as escolas estão passando alguma necessidade’, porque o lanche servido foi feijão com abóbora. É uma clara demonstração que não está havendo uma gestão de qualidade, por parte da Secretaria de Educação”, completa ele.

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