Escolas sucateadas revelam omissão do governo Rollemberg

O Sinpro foi até a Escola Classe 08 de Ceilândia. Tetos com rachaduras, inúmeras goteiras, professores desviando dos baldes com água para tentar dar aula. Buracos no teto, telhas quebradas, água caindo nas proximidades da rede elétrica. Uma tragédia anunciada para toda a comunidade escolar. Assista ao vídeo:

O GDF sabe dos problemas desta escola (fotos abaixo). Mas assim como em inúmeras outras escolas, ele não investe em obras pesadas de reconstrução, reforma, de reforço das estruturas e simplesmente deixa que as unidades de ensino pereçam. Esta escola foi construída há 46 anos. Com o PDAF, pode-se fazer pequenas reformas, mas os constantes atrasos nos repasses das verbas pelo governo atrasa a execução destes reparos, que com o tempo, aumentam a proporção dos danos.


Simone Santana M. Amite é professora de Atividades na instituição de ensino relata as dificuldades. “Sempre que chove isso acontece. Começa a cair água do teto. Tem um bloco inteiro nesta situação (três salas). Dou aula em meio a baldes que precisam ser esvaziados”, diz. Ela endossa que há outro problema, ainda mais grave: da segurança. “Não temos porteiro, estamos em uma área vulnerável. Precisamos nos revezar na portaria. Às vezes fica uma professora, às vezes a supervisora… É um problema que se repete há anos. Já fizemos até abaixo-assinado com mais de 800 assinaturas e o governo simplesmente não faz nada”, lamenta.
Exemplos de descaso do governo com nossas escolas são inúmeros. No CED 04 de Taguatinga, o muro do colégio caiu há quase um ano. E nada, absolutamente nada foi feito pelo GDF. Adonis Farias de Lima é pai de um aluno que estuda no colégio. Ele enviou fotos (abaixo) e denuncia que o resto do muro, como está, representa uma ameaça para todos que passam ali. “É uma tragédia anunciada, a qualquer momento o restante do muro pode cair. Algumas hastes de ferro estão para fora, significando perigo para as pessoas. A parte que ficou em pé é bem na entrada da escola, é uma ameaça para todos”, ressalta.

 
No dia 16 de março, completa-se um ano sem o muro e de descaso de Rollemberg. De acordo com Adonis, muitas atividades interclasses e de educação física ficaram comprometidas, pois com a queda do muro, a escola está exposta, pois não há segurança.
Outras escolas padecem dos mesmos problemas. Nesta semana, o teto do CEF 102 Norte caiu. Em maio de 2016, o teto da Escola Classe 425 de Samambaia foi ao chão. Cinco meses depois, outro teto desabou, na Escola Classe 59 de Ceilândia.
Os alunos do CEF 01 da Vila Planalto enfrentam uma situação ainda pior. A escola foi demolida para ser reconstruída e os alunos ainda não podem voltar a frequentá-la. Precisam viajar para outras regiões administrativas para estudar. Situação que dura anos.
Rollemberg não investe na construção de novas escolas, enquanto o número de alunos da rede pública só cresce. O que faz o governo? Improvisa, da pior forma possível. No CED São Bartolomeu, em São Sebastião, o laboratório foi destruído para se transformar em sala de aula. É desta forma que a educação está no rumo certo?
Júlio Barros, diretor do Sinpro, afirma que esta postura do Governo de Brasília em não realizar reformas e não investir na estrutura das escolas, contraria algumas estratégias do Plano Distrital de Educação. “Existem metas e fundamentalmente estratégias que preveem a construção e/ou reformas das estruturas físicas das escolas, que estão contempladas no Plano Distrital de Educação, nas estratégias que falam da educação infantil (1.1 e 1.6), educação fundamental (2.27) e ensino médio (3.22). Se o GDF ao invés de entrar na Justiça questionando a constitucionalidade de algumas estratégias e prazos do PDE, simplesmente obedecesse o que está na Lei, evitaríamos este quadro que aí se apresenta”, afirma.
Denuncie as irregularidades
O Sinpro alerta: caso percebam algum risco de desabamento, de choque elétrico, algum problema hidráulico (vazamento, infiltrações em grandes proporções), chamem a Defesa Civil, registrem o problema em imagens/vídeos e encaminhem para o Sindicato. Os (as) professores (as) que não quiserem se identificar na denúncia, terão a identidade preservada. O Sinpro entende que em momentos como este, muitos preferem não se identificar pois há uma truculência por parte do GDF em relação a quem tenta mostrar para a cidade de que Brasília não está no rumo certo. O sigilo da fonte, inclusive, é resguardado pela Constituição. Qualquer irregularidade, encaminhe para o Sinpro a denúncia, que a mesma será publicizada.