Forro desaba sobre estudante e comunidade cobra, do GDF, construção de nova escola

Um desabamento na Escola Classe 425 de Samambaia, na semana passada, causou pânico e protestos na comunidade escolar. Professores (as), estudantes e pais fizeram uma manifestação de repúdio ao abandono a que o Governo do Distrito Federal (GDF) submete a instituição e decidiram paralisar as atividades na escola até sexta-feira (29) em sinal de protesto.
No fim do turno escolar, um pedaço do forro de uma das salas de aula desabou sobre os (as) estudantes, atingindo uma criança de 4 anos. Atendida pelo SAMU, a criança passa bem, mas, revoltados, os pais a retiraram da escola e a matricularam em outra escola pública: a Escola Classe 419, também em Samambaia.
A Escola Classe 425 de Samambaia atende a mais de 650 estudantes da educação infantil – de 4 e 5 anos, e o ensino fundamental – do primeiro ao quinto ano. O acidente ocorreu numa turma de crianças de 4 anos, na qual tem, matriculados, 23 estudantes.
A Defesa Civil interditou o bloco, formado por quatro salas de aula, em que ocorreu o desabamento. Mas a Secretaria de Estado da Educação do DF (SEEDF) se preocupou apenas em substituir o forro. O acidente e o tratamento dispensado a ele pelo GDF chocaram a comunidade e foram a gota d’água para professores (as) e demais servidores (as) que atuam na escola paralisassem as atividades. Eles e elas exigem a demolição do prédio e a construção de um novo, adequado para as atividades curriculares.
“A caixa d’água desabou, em setembro de 2014, e só não machucou ninguém porque o acidente ocorreu num fim de semana. Hoje, a escola não tem caixa d’água e está com ligação direta da rua à Caesb, o que cria outro problema porque, se faltar água nas imediações, falta água na escola”, informa o diretor de Imprensa do Sinpro-DF, Samuel Fernandes.
Ele disse que, ao conversar com a comunidade escolar, concluiu que não há a menor chance de se continuar recebendo professores (as) e estudantes naquele prédio. “Para começar, essa escola era para ser provisória, mas já está lá há 23 anos, e numa situação, realmente, precária. As paredes são de madeira revestidas de amianto e está totalmente carcomida por dentro. O GDF passa pintura nova para dar uma aparência de coisa nova, porém, a madeira está toda destruída por dentro, colocando em risco quem trabalha e quem estuda lá”, denuncia Samuel Fernandes, diretor de Imprensa do Sinpro-DF.
Fernandes ressalta que as condições físicas da Escola Classe 425 da Samambaia não combina com o nível de qualificação dos (as) professores (as) e nem com a demanda dos (as) estudantes. “A equipe docente é extremamente qualificada. Com todos esses e outros problemas, ela faz um trabalho de excelência. A diretora é preocupada com a qualidade da educação e todos (as) os(as) professores (as) estão lá batalhando para oferecer o melhor sos (às) estudantes. A parte pedagógica lá não deixa a desejar, ainda que faltando materiais, com estrutura física inadequada e salas de aula sem ventilação”, afirma.
O diretor do sindicato diz que o GDF está colocando ferragens na base para sustentar as paredes e fazendo pequenas “maquiagens” com pinturas novas. A estrutura está totalmente apodrecida, inutilizada e pondo em risco a vida das pessoas. “Quem a vê por fora, pensa que está tudo bonito. Todavia, por dentro, está completamente deteriorada. Os professores me relataram que, quando chove ou venta forte, a estrutura balança e que temem uma tragédia maior”.
O diretor, que esteve na escola para verificar a situação, conta que “o desabamento do forro na semana passada foi, realmente, um acidente grave e poderia ter matado a estudante de 4 anos”. A mãe disse que a menina está apavorada e não quer mais voltar à escola porque ela mesma já sofreu outros acidentes por lá. Recentemente, prendeu o pé nas valetas de concretos abertas por onde escorre água.
O diretor do Sinpro-DF diz que essa escola não tem mais condições de continuar. “Ela deve ser demolida imediatamente e o GDF precisa construir outra. O GDF vem prometendo, dizendo que está na prioridade para 2018, mas não. Professores e professoras paralisaram suas atividades hoje e pretendem ficar paralisados ao governo tomar uma atitude. A única coisa que se tem a fazer lá é a reconstrução do prédio”.
A Defesa Civil se comprometeu a voltar na Escola Classe 425 para uma vistoria minuciosa e avaliar o risco de desabamento. “O Sinpro-DF está à disposição para ajudar e cobra do governo uma solução definitiva. Informa que esta não é a única escola nessa situação: temos várias no DF, mas essa aí é uma das piores no quesito estrutural. O GDF terá de olhar para este problema urgentemente e encaminhar soluções imediatas para resolver o problema porque da forma que está não dá mais”, avisa Fernandes.