Escola não é lugar de ter medo | Sinpro lança campanha pela vacinação infantil

A poucos dias do início do ano letivo – agendado para 14 de fevereiro –, cresce a preocupação da comunidade escolar quanto ao aumento exponencial dos números relacionados à covid-19. Afinal, crianças com 11 anos ou menos são o principal público das escolas públicas do DF. Diante desse cenário, o Sinpro-DF lança a campanha “Escola não é lugar de ter medo. Vacinação infantil já!”.

A campanha tem como objetivos reforçar o dever do Estado na ágil imunização do público infantil apto a ser imunizado contra o coronavírus e, ao mesmo tempo, incentivar mães, pais e responsáveis por crianças de 5 a 11 anos a levarem os pequenos para se vacinar.

“Essa é uma das principais campanhas do Sinpro. Todos os estudos e, sobretudo, a própria realidade, mostram como a vacina é determinante para que as pessoas que se infectarem com o coronavírus não desenvolvam problemas graves ou mesmo venham a óbito. Com as crianças isso também vale. É fato que é mais difícil a evolução de casos de covid em crianças. Mas não podemos brincar com a vida dos nossos pequenos. Infelizmente, crianças também morrem vítimas de covid-19”, afirma a diretora do Sinpro-DF Letícia Montandon.

Atualmente, as escolas públicas do DF têm matriculadas 173.087 em Jardins de Infância, Centros de Educação Infantil e CAIC, onde o público é justamente o de crianças de 5 a 11 anos, aptas à vacinação contra a covid-19. Já as creches e pré-escolas têm o total de 47.654 estudantes de 0 a 5 anos, que, majoritariamente, não estão aptas à imunização contra o vírus.

“É necessário que o governo distrital atue para garantir vacina para todas as crianças de 5 a 11 anos. Falar em retorno 100% presencial às aulas diante dessa terceira onda de covid sem garantir vacina para estudantes é, no mínimo, precipitado”, afirma Letícia Montandon.

Nesta quinta-feira (20), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso da vacina CoronaVac, do Instituto Butantan, para a vacinação de crianças de 6 a 17 anos. O governo do DF, assim como governos estaduais e municipais, pode fazer a compra das doses da Coronavac diretamente com o Instituto Butantan. Antes da aprovação, crianças de 5 a 11 anos só poderiam ser imunizadas com a vacina da Pfizer.

Ações
Para dar corpo à campanha Escola não é lugar de ter medo. Vacinação infantil já!”, o Sinpro-DF publicará em suas redes sociais vídeos de crianças de 5 a 11 anos dizendo porque se vacinar e a importância disso para voltar às salas de aula em segurança.

Para participar, basta enviar um vídeo com a criança respondendo a essa pergunta para o WhatsApp (61) 99323-8131. O material deve ter até 2 minutos. Ao enviar o vídeo, mande junto o nome, a idade, a escola e a série que a criança cursa.

Vacina sim
No último dia 16 de janeiro, o GDF iniciou a campanha de vacinação infantil para crianças de 5 a 11 anos. A primeira fase da campanha, contemplou apenas crianças com comorbidades, com deficiência permanente e sob tutela do Estado, além de crianças com 11 anos completos. No dia 19 de janeiro, a campanha de vacinação infantil diminuiu a faixa etária, habilitando crianças a partir de 8 anos à vacinação.

De acordo com a Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), o DF tem 40 mil crianças com 11 anos completos e mais de 18 mil com comorbidades e/ou deficiência permanente. Entretanto, a Secretaria de Saúde do DF informou que, desse público de mais de 58 mil crianças, apenas 5.044 se vacinaram de 16 e 18 de janeiro.

Em contraponto, a quantidade de casos de covid-19 no DF aumentou 1.281% em apenas 15 dias, e a taxa de transmissão teve alta de 131% (passou de 1 para 2,31, o que quer dizer que cada 100 infectados contaminam outras 231 pessoas).

>> Leia também: GDF volta atrás e transfere local de vacinação de crianças contra covid

 

Vacina salva vidas
Pelo menos 31 países estão vacinando crianças de 5 a 11 anos contra a covid-19. Só nos Estados Unidos e Canadá, já foram aplicadas cerca de 10 milhões de doses.

Todos os estudos científicos – além da comprovação empírica nesses países – mostram que a vacinação é segura para o grupo infantil; e mais que isso: necessária e urgente.

“Um evento adverso muito falado e que preocupa as pessoas é a miocardite, que é uma inflamação no coração, que qualquer vírus ou vacina pode causar. De 8 milhões de doses aplicadas, houve registro de apenas 11 casos, e os pacientes evoluíram bem”, disse o membro do Departamento Científico de Imunizações da SBP, Eduardo Jorge da Fonseca Lima, à Empresa Brasil de Comunicação.

No mesmo material, a diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) Flavia Bravo acrescenta: “Observou-se uma ocorrência raríssima de miocardite relacionada à vacina da Pfizer, 16 vezes menor que a incidência de miocardite causada pela própria covid-19 (…). São casos raros, não houve nem uma morte por causa deles e a maioria nem precisou de internação”.

Os especialistas ainda afirmam que os eventos adversos gerados pela vacina contra a covid-19 são o mesmo de outras vacinas já aplicadas no Brasil. São eles: febre, dor no local da aplicação, náusea e mal-estar, com duração de 24 horas a 48 horas.

Dados divulgados pelo Ministério da Saúde mostram que, desde o início da pandemia, em março de 2020, 1.449 crianças de zero a 11 anos morreram por complicações geradas pela Covid-19. A pasta ainda registra mais de 2,4 mil casos da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P), associada ao coronavírus.

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