EC Córrego Barreiro: 52 crianças plantam baobá no Gama

Em comemoração ao mês da Consciência Negra, a Escola Classe Córrego do Barreiro, no Gama, tornou-se, nesta quarta-feira (10/11), a primeira escola do DF a receber uma muda de baobá, que foi plantado por 52 crianças do Ensino Fundamental 1 junto com o professor André Lúcio Bento, especialista em Cultura Afro-Brasileira e Africana pela UFG, que também lançou um site para acompanhar a evolução dos Baobás no Brasil

Presente em diversas regiões da África, o Baobá é o símbolo do Continente Negro. Para muitos povos africanos, os Baobás são símbolo de ancestralidade, locais de aprendizagem, pois é à sombra do Baobá que os mestres griô transmitem os valores e saberes ancestrais aos mais novos.

No Brasil, essas árvores representam resistência dos povos escravizados. Sua presença é marcante nos locais de maior ocupação negra no período escravocrata. E isso demonstra a ligação entre os africanos, trazidos para cá à força, e suas origens.

No evento da Escola Classe, o professor André Lúcio Bento contou para as crianças a história dos baobás e ainda leu a história de seu livro infantil recém-lançado, Tamarindo na Terra das Coisas e das Pessoas Doces. Publicado pela Editora Telha, o livro conta a história de duas crianças negras chamadas Tâmara, nascida em um tacho de doce, e Tamarindo, que surge após uma incrível reviravolta. Ambos vivem em um mundo onde todos os objetos e os personagens são doces. A ideia do autor é contrapor essa doçura à realidade do mundo atual, onde as pessoas são maldosas e continuam a propagar o preconceito racial.

“O baobá da nossa escola é o primeiro baobá plantado em área pública do Gama e o primeiro cujo plantio contou com a participação de crianças”, orgulha-se a professora Maria da Guia Nascimento Ribeiro, da Escola Classe Córrego Barreiro.