Ditadura nunca mais!
Amanhã, primeiro de abril, se completam 59 anos de um dos períodos mais lamentáveis e infames da história de nosso país. Décadas de repressão, destruição, censura, assassinatos e muita perseguição política.
A mentira e a manipulação começaram no primeiro dia do golpe militar, que ocorreu, de fato, no dia primeiro de abril, o dia da mentira. Para que a data não ficasse associada a uma lorota ou pegadinha, lançou-se mão da mentira oficializada: a “Revolução Gloriosa”, ou “revolução redentora”, aconteceu 24 horas antes, em 31 de março.
Durante 21 anos a escuridão da ditadura tomou conta do Brasil.
Não havia transparência.
Não havia democracia.
O diferente, o outro, era torturado e morto.
É muito fácil desejar a ditadura em tempos de democracia. Difícil é desejar (e lutar para conseguir) democracia em tempos de ditadura.
Em 13 de dezembro de 1968, quando a escuridão se tornou treva com o Ato Institucional nº 5, a informação chegou ao país cifrada e em forma de metáfora: o Jornal do Brasil, do Rio de Janeiro, que estava sob censura absoluta de um militar que revisava todas as reportagens, conseguiu deixar passar na previsão do tempo alguma informação sobre a repressão e a abolição do estado democrático de direito (imagem).
Não queremos mais a treva.
Não queremos mais tortura.
Não queremos mais ditadura, nem supressão de direitos.
Queremos a verdade.
Queremos transparência.
Queremos democracia.
Queremos a memória restaurada, e a democracia viva.
Ditadura nunca mais!
A entrevista com Eneá de Stutz e Almeida, recém-nomeada presidenta da Comissão de Anistia, recriada no governo Lula com sua atribuição de restaurar a memória e a verdade dos desaparecidos durante período tão tenebroso da história deste país.