CUT presente no FSM defende mínimo de R$580
O secretário de Relações Internacionais da CUT, professor João Antonio Felício, alertou nesta segunda-feira (7) em Dakar, onde participa do Fórum Social Mundial, para a importância da manutenção da política de valorização do salário mínimo, “a fim de seguir impulsionando o crescimento do poder de compra e alavancar o mercado interno, considerado pelas centrais sindicais como elemento chave no combate às desigualdades e aos impactos negativos da crise internacional”.
Questionado sobre as declarações da equipe econômica do governo pelo aumento real zero, João Felício condenou o conservadorismo e disse que, em contraposição, “as centrais reiteram a necessidade de um aumento maior que a inflação para que haja uma efetiva recuperação salarial, já que a economia está crescendo e deve continuar assim”. “Defendemos o salário mínimo de R$ 580, 00, pois mais dinheiro no bolso do trabalhador significa mais emprego, mais consumo e mais produção, colocando a roda da economia para girar. É uma conta em que todos ganham e o Brasil cresce distribuindo renda. Estamos unidos e vamos ampliar a mobilização para garantir a elevação do mínimo, que significa melhoria concreta para mais de 47 milhões de trabalhadores, aposentados e pensionistas. Estamos dialogando, mas caso não consigamos convencer o governo, vamos levar essa luta para o Congresso Nacional e para a sociedade”, acrescentou.
Sobre o acordo fechado com o governo prever a reposição da inflação do ano anterior e aumento real com base na variação do Produto Interno Bruto de dois anos antes, João Felício lembrou que como o PIB de 2009 – base de cálculo para o reajuste deste ano – foi negativo, devido à crise, é necessário que haja uma excepcionalidade no tratamento da questão. “Não estamos pedindo nada de diferente do que os empresários já receberam . O princípio que defendemos é o da recuperação crescente do poder de compra, que despencou nos anos de neoliberalismo. Agora, como pode haver valorização sem aumento real? O que estamos propondo é ter ganho real já. No ano que vem a gente volta a discutir a regra antiga”, esclareceu.
Conforme João Felício, empresas, governos estaduais e prefeituras foram beneficiados pela evolução positiva da economia e encontram-se em melhores condições de pagar um salário mínimo maior. “Isso também acaba aumentando a arrecadação da Previdência, sempre usada para justificar a decisão de não aumentar mais”, sublinhou.