CUT e OIT realizam oficina sobre direitos dos entregadores de App

Organização, direitos e trabalho decente para entregadores de aplicativo é tema de oficina que será realizada nesta quarta-feira (10/8), às 15h, no auditório Adelino Cassis da Central Única dos Trabalhadores no DF (CUT-DF). A atividade é uma ação da CUT Nacional e da Organização Internacional do Trabalho (OIT), e é aberta ao público.

“Atuar para a formação do pensamento crítico passa também pela explicação do que acontece no mundo do trabalho. Nossos estudantes, que em breve estarão inseridos nesse mercado, precisam ter consciência dos rumos que o Brasil vem tomando quanto aos direitos trabalhistas, que impactam em toda a sociedade. Neste sentido, é interessante a participação de professores e orientadores educacionais na atividade realizada pela CUT e pela OIT”, avalia o professor Antonio Lisboa, secretário de Relações Internacionais da CUT.

A oficina desta quarta é parte da campanha “A gente não se entrega”, que nasceu com a pesquisa “Condições de Direitos e Diálogo Social para Trabalhadoras e Trabalhadores do Setor de Entrega por Aplicativo em Brasília e Recife”, fruto de projeto desenvolvido pela CUT e a OIT há mais de dois anos sobre trabalhadores de aplicativo.

Realizada por pesquisadores do Instituto Observatório Social, da Universidade de Brasília (UnB) e da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) durante 18 meses, a pesquisa, lançada em dezembro do ano passado, mostrou que nenhum princípio de trabalho decente se aplica à categoria de entregadores de aplicativo.

Ainda segundo o levantamento, “nove de cada dez trabalhadores para plataformas de aplicativos de entrega são homens (92%), a maioria é jovem (até 30 anos), preta ou parda (68%) e tem, em média, renda mensal de R$ 1.172,63, o que representa um ganho líquido de R$ 5,03 por hora trabalhada”.

“A pesquisa mostra que há trabalhadores para aplicativos que, apesar das longas jornadas, ainda têm de fazer bicos em outras atividades para complementar a renda”, afirma o professor Antonio Lisboa.

Ponto de Apoio
O projeto realizado entre a CUT e a OIT também resultou na criação do Ponto de Apoio ao Trabalhador. Localizado na Galeria do Hotel Nacional, área central de Brasília, no espaço é possível recarregar as baterias de aparelhos celular e outros dispositivos móveis, se alimentar, aguardar as próximas entregas ou turnos, utilizar sanitários e tomar água, por exemplo. Além de atender entregadores de aplicativos, o Ponto de Apoio também é destinado a outros trabalhadores que têm as ruas como local de trabalho, como trabalhadores da limpeza urbana e carteiros.

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