Crime contra a humanidade é apenas uma gota no oceano de irresponsabilidades de Bolsonaro no caso Covid-19

O relatório final da CPI da Pandemia, que investigou a conduta do governo de Jair Bolsonaro durante a pandemia da Covid-19, mostra um resumo do desastre provocado pela irresponsabilidade, ingerência, insensibilidade e incompetência do presidente Jair Bolsonaro. Além de evidenciar o desleixo do governo federal para lidar e tratar da pandemia, inclusive com a compra de vacinas no momento certo, o documento mostra que o Brasil chegou à triste marca de 605 mil mortes pela Covid devido à amarga mescla de estupidez e corrupção.

Enquanto brasileiros(as) morriam em filas de hospitais, sem ar para respirar e sem qualquer tipo de ajuda sanitária por parte do governo, empresários, parlamentares e a iniciativa privada se enriqueciam com o desvio de verbas que deveriam ter sido utilizadas na compra de imunizantes, de balões de oxigênio e na construção de hospitais de campanha, por exemplo. Não bastasse a perda de milhares de vidas de forma tão banal, o retrato do descaso do governo com a saúde pública beirou e ainda beira a crueldade.

Dentre os crimes cometidos por Bolsonaro, crimes estes publicados no relatório final da CPI, está o de crime contra a humanidade. Junta-se a este outros nove: Crime de epidemia com resultado de morte; infração a medidas sanitárias preventivas; emprego irregular de verba pública; incitação ao crime; falsificação de documentos particulares; charlatanismo; prevaricação; e crime de responsabilidade.

Além de Jair Bolsonaro, o relatório identificou 29 tipos penais e sugeriu o indiciamento de 66 pessoas, incluindo deputados, empresários, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e o atual titular da pasta, Marcelo Queiroga. Três filhos do presidente também constam no relatório: o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), todos são alvos de pedido de indiciamento por incitação ao crime.

O resultado da CPI mostra o que, infelizmente, a população presenciou em quase dois anos: descaso, desrespeito e banalização da vida em um período tão trágico como o que estamos vivendo. É responsabilidade do governo federal, principalmente em momentos de calamidade pública e de pandemia, tomar atitudes para proteger a população. Ao invés disto, Bolsonaro sempre tratou a Covid-19 como uma “gripezinha”, doença supervalorizada e não tomou providências para a compra dos imunizantes no momento certo. O resultado é a morte de milhares de pessoas, outros milhares com sequelas irreversíveis e o país em pânico.

Para o diretor do Sinpro, Cléber Soares, a importância da CPI reside exatamente no fato de ter revelado, trazido à luz todo o submundo da corrupção, do descaso com a vida, da apologia à morte que o governo Bolsonaro vem fazendo desde o início da pandemia, processo que acabou levando à morte milhares de vidas e enlutando milhares de famílias. “Apesar de qualquer crítica que possa se fazer à CPI, é incontestável o papel histórico que a CPI cumpriu neste momento tão complicado da realidade brasileira”, afirma.

Desde o início da pandemia o Sinpro tem lutado pela vacinação de todos e todas por ter a certeza que esta é a única forma de nos mantermos seguros e voltarmos à normalidade. Apesar dos movimentos, atos, manifestações e pedidos de políticas públicas para a vacinação da população, Bolsonaro se manteve inerte e insensível ao problema.