Falta de professores na rede pública do DF é destaque na imprensa

A falta de professores na rede pública e o número escandaloso de profissionais em contratação temporária em vagas efetivas foi destaque nos portais Correio Braziliense e Metrópoles neste fim de semana.

O Sinpro vem denunciando essa situação há muito tempo à comunidade escolar e à população em geral, através de outdoors, debates nas escolas, inserções na TV, visita a parlamentares, denúncia ao Ministério Público, entre outras ferramentas. A campanha Convoca Já! ganhou força mais força ainda no início de 2023, e foi organizada em conjunto com aprovados e aprovadas do concurso de 2022.

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A necessidade urgente de nomeações e de um novo concurso foi uma das pautas centrais da greve de 2023. O acordo com o governo que suspendeu o movimento paredista incluía itens como a nomeação dos aprovados e aprovadas no concurso de 2022 – vagas imediatas e cadastro reserva -; autorização para ampliação de carga horária de servidores da carreira Magistério; e preparação de um novo concurso público ainda em 2023. O governo não atendeu a nenhum desses itens até o momento.

A carência de orientadores e orientadoras educacionais também é enorme. Uma das principais reivindicações da categoria é a redução do número de estudantes por orientador para 300. Atualmente, o número é de 680. Esses profissionais também seguem aguardando convocação.

Segundo informações adquiridas junto à SEEDF por meio da Lei de Acesso à Informação, hoje, são 16.500 professores em regime de contrato temporário na rede. A Câmara Distrital estima que 15 mil desses profissionais estejam ocupando vagas efetivas.

 

Falta de professores na mídia

A matéria do Correio Braziliense, com o título “Faltam 15 mil professores efetivos nas escolas do DF, estima CLDF”, apresenta um dado fornecido pelo Sinpro, de que cerca de mil profissionais do Magistério se aposentam todos os anos. A SEEDF informou que vai contratar, em dezembro deste ano, 756 profissionais para magistério. “Isso não faz nem cócegas na necessidade do sistema. O governo não repõe as aposentadorias por concurso e quando o faz, é com vagas insuficientes”, disse ao Correio o diretor do Sinpro Cleber Soares.

A lista de docentes aprovados no último concurso e que aguardam serem convocados soma 3.880 nomes, somando vagas imediatas e cadastro reserva. O orçamento aprovado pelo governo para 2023 prevê a nomeação de 6.200 professores, diz a matéria do Correio Braziliense.

As consequências dessa política são desastrosas para a educação pública e para os direitos dos profissionais de educação: milhares de professores aprovados aguardando convocação; enquanto quem está ocupando essas vagas efetivas são professores temporários, que têm direitos limitados; e muitas turmas acabam ficando sem aula, porque não há substituto para um professor substituto.

O Metrópoles publicou a matéria “Para cada 10 professores, 7 são temporários nas escolas públicas do DF” na qual estima que 71% dos educadores em sala de aula são temporários. O portal entrevista o o especialista em Educação e doutor em psicologia educacional Afonso Galvão, que diz: “Hoje, a política de contratação de professores do GDF é de contratos temporários não de efetivos. O governo abandonou a lógica do concurso público. É um profundo desrespeito não só para com a categoria dos professores, mas para a Educação como um todo”.

Ao Metrópoles, o diretor do Sinpro Samuel Fernandes disse: “Temos muitas escolas em que todos os professores são temporários e ficam apenas alguns meses na escola, não criando vínculo com a comunidade escolar. O que é mais difícil com o professor efetivo, pois muitos têm a opção de permanecer na mesma escola por muitos anos”.

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