CLDF intermedeia, e GDF se reúne com Comissão de Negociação nesta quarta (10)

Representantes de pastas-chave do GDF se reunirão com a Comissão de Negociação (durante a greve, formada por 5 representantes da diretoria do Sinpro e 5 representantes da base que componham o Comando de Greve), nesta quarta-feira (10), às 10h. O encontro foi articulado por parlamentares da Câmara Legislativa (CLDF), e indica a reabertura do processo de negociação da greve da Educação, iniciada no último dia 4 de maio.

A reunião foi anunciada nesta segunda-feira (8/5), pelo líder do governo na Casa, deputado Robério Negreiros (PSD), durante encontro da Comissão de Negociação com o presidente da CLDF, deputado Wellinton Luiz (MDB), e parlamentares. Segundo Negreiros, para a reunião desta quarta, está confirmada a participação do Chefe da Casa Civil, Gustavo Rocha; do secretário de Planejamento, Orçamento e Administração, Ney Ferraz; da secretária de Educação, Hélvia Paranguá; e do secretário-executivo de Finanças, Thiago Rogério Conde.

“Nossa expectativa é de que cheguemos à reunião com os representantes do GDF e que eles tenham propriedade sobre a nossa proposta. Nós valorizamos o diálogo, sempre optamos pela negociação, mas não abrimos mão de avançar”, disse a dirigente do Sinpro-DF e integrante da Comissão de Negociação Luciana Custódio.

Judicialização da greve é erro

O presidente da CLDF, deputado Wellington Luiz (MDB), abriu a reunião desta segunda-feira com a Comissão de Negociação pedindo desculpas pela judicialização da greve da Educação. Segundo ele, na semana passada, foi construído acordo com o governador do DF, Ibaneis Rocha, para que não se judicializasse o movimento grevista, não houvesse corte de ponto e nem qualquer tipo de perseguição a professores(as) em regime de contrato temporário, o que foi descumprido pelo Executivo.

“Isso é um desrespeito com a Câmara (Legislativa). Fiquei muito decepcionado”, disse o deputado Wellington Luiz. Publicamente, ele afirmou que a “judicialização (da greve) não ajudou em nada”.

O deputado Gabriel Magno (PT), que vem atuando firmemente para que o Executivo apresente saída para a greve da Educação, lembrou que “o (Poder) Legislativo vem agindo para abrir canal de negociação com o GDF, e que o governo é quem precisa apresentar propostas à categoria do magistério público”.

Ele ainda anunciou que a Comissão de Educação, Saúde e Cultura da CLDF aprovou, nesta segunda-feira (8/5), “moção de apoio às reivindicações dos(as) professores(as) e orientadores(as) educacionais das escolas do Distrito Federal por melhores condições de trabalho, plano de carreira e salários”. O texto será levado ao plenário da CLDF nesta terça-feira (9/5).

Os deputados Ricardo Vale e Chico Vigilante, ambos do PT, também disseram estar surpresos com a judicialização da greve da educação. “Não se resolve greve na Justiça. Quem faz a greve é a base. Foi o governador que radicalizou. Além de não dar nada, ainda que humilhar a categoria”, disse o deputado Chico Vigilante.

Diretor do Sinpro-DF e integrante da Comissão de Negociação, Samuel Fernandes reafirmou que é “lamentável a judicialização da greve”. “Estamos fazendo greve porque estamos há oito anos sem reajuste salarial, além de questões de condições de trabalho”, ressaltou.

Os deputados João Cardoso (Avante) e Jorge Vianna (PSD) também enxergam a judicialização da greve da educação como desproporcional. “Peço que governo abra negociação o mais rápido possível”, disse Cardoso.

Sinpro dentro da lei

Durante a reunião com o presidente da CLDF e demais parlamentares da Casa, a dirigente do Sinpro e integrante da Comissão de Negociação Luciana Custódio lembrou que desde o início das tratativas para a construção de propostas à categoria do magistério, ainda no ano passado, a posição do Sindicato foi de diálogo e negociação. “Foram sete ofícios tentando dialogar com o governo. Nenhum deles foi respondido pelo governador”, destacou.

Luciana ainda ressaltou que todas as propostas levantadas para serem inseridas na reestruturação da carreira do magistério foram consensuadas em grupo de trabalho (GT) criado pelo próprio GDF, e inseridas em minuta ainda em dezembro de 2022.

Cléber Soares, que também é dirigente do Sinpro-DF e integrante da Comissão de Negociação, esclareceu que as propostas levantadas no GT levam, inclusive, a assinatura da secretária de Educação, Hélvia Paranaguá. “Essa proposta dialoga com os anseios da categoria, não pode ser negligenciada”, afirma.

“Se estamos desde dezembro na tratativa, por que o governo não avançou na proposta? Por que não houve contraproposta?”, questionou o deputado Max Maciel (Psol), indicando a indisposição do GDF em dialogar e negociar com a categoria do magistério.

Solidário à greve da educação, o deputado Fábio Félix (Psol) afirmou que a categoria do magistério não é a única que enfrenta a indisposição do GDF em avançar nas negociações. “Muitos dos processos (de negociação) de categorias distintas estão parados, mesmo o governo dizendo que está em diálogo”, denunciou.

“Queremos respeito. Queremos que cada um seja valorizado na sua profissão”, disse com ênfase a professora aposentada Célia Luz, que integra a Comissão de Negociação.

Assembleia e ações

Professores(as) e orientadores(as) educacionais do DF realizarão assembleia geral nesta quinta-feira (11/5), às 9h30, no estacionamento da Funarte. A atividade discutirá próximas ações da greve iniciada no dia 4 de maio. Leia mais AQUI.

Antes, nos dias 9 e 10 de maio, serão realizados piquetes. Também no dia 10, será realizada reunião do Comando de Greve. Na sexta-feira, dia 12, será atividade cultural coordenada pelos(as) aposentados(as), na Feira Central de Ceilândia.

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