Adolescente é morto nos arredores da escola; CED 11 suspende aulas em sinal de luto

Um episódio triste e revoltante aconteceu na manhã desta quarta-feira, 22, em Ceilândia. O estudante Geoffrey Stony Oliveira do Nascimento, de 16 anos, foi assassinado nas proximidades da escola, no seu trajetode volta para casa. A polícia investiga o caso como latrocínio, uma vez que o celular de Geoffrey foi roubado.

Professores(as), funcionários(as) e estudantes do CED 11, onde Geoffrey estudava, estão perplexos. O caso se torna ainda mais dramático para a comunidade, já que Geoffrey, estudante do 1º ano do ensino médio, era filho de um funcionário da escola. As aulas foram suspensas neste quinta-feira, 23, em sinal de luto pela tão lastimável perda.

Infelizmente, não se trata de um episódio isolado. A realidade de violência vem se aprofundando no Brasil, no DF, e atingindo, em cheio, as escolas. Há poucas semanas, o professor Alexandre Bernardi de Figueiredo foi vítima de uma bala perdida enquanto trabalhava na Escola Classe 10, também em Ceilândia. Ele sofreu um ferimento na perna e está se recuperando.

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O diretor do CED 11, professor Kiko Gadelha, alerta para os índices de violência na região. “Precisamos de mais policiamento nos arredores da escola, mas não só isso”, disse. Ele chama atenção para a alta vulnerabilidade social que caracteriza aquela área, próxima ao Sol Nascente, onde muitos casos de violência acontecem. “O Sol Nascente tem apenas uma escola! E nossa escola acaba ficando com salas lotadas. Portanto, é preciso investimento em segurança pública e em educação, para tirar os jovens do tráfico, da criminalidade”, completa Kiko.

O medo da violência causa profundos danos psíquicos a toda a comunidade escolar, que lida com transtornos como de ansiedade e depressão. “É inaceitável que pessoas, trabalhadores(as) e estudantes, estejam expostos a se ferir ou a perder a vida em qualquer situação, mas essa exposição se torna mais revoltante quando acontece no contexto escolar”, diz o diretor do Sinpro Anderson Corrêa. “É urgente melhorar o policiamento da região, e desenvolver políticas efetivas de segurança pública para o DF”, completa.

A diretoria colegiada do Sinpro-DF lamenta profundamente a perda tão precoce de Geoffrey, um jovem que tinha toda a vida pela frente e sonhos para realizar, bruscamente interrompidos por um ato de violência que nos deixa, a todos e todas nós, indignados e inconsoláveis. Manifestamos nossa solidariedade a todos(as) os(as) colegas, amigos e familiares, em especial, seu pai, funcionário do CED 11.

 
 

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