A CUT e a defesa intransigente da democracia e dos direitos

Tem circulado nos últimos dias – de forma intensa – boatos sobre possíveis intervenções da Polícia Federal e do Ministério Público em sindicatos filiados a CUT e na própria sede da Central.
A aliança de parte do Judiciário, do Ministério Público, do Congresso Nacional e da mídia contribuiu para a criação de um Estado de exceção que se consolidou depois do golpe de Estado que tirou do cargo uma presidenta eleita com mais de 54 milhões de votos. Faz parte do golpe também impedir a candidatura do Lula e desarticular os movimentos sociais.
E, como sabemos, a primeira vítima do Estado de Exceção é a democracia. É preciso calar as vozes que se opõem a esse processo. E a CUT tem sido uma das mais fortes vozes de denuncia no Brasil e no mundo do golpe de Estado arquitetado pelos conservadores contra Dilma e contra o PT, mas especialmente, contra a democracia, os/as trabalhadores/as e a população mais pobres do país.
Botar na cadeia sem razão é outra forma de calar a boca dos opositores em regimes que ignoram as normas e os direitos fundamentais dos cidadãos e cidadãs. É por isso que hoje é absolutamente normal acusar e prender um/a brasileiro/a pessoa sem provas – o acusado é que tem de provar que é inocente – até que confesse algo que comprometa o alvo dos inquisidores. Desde o início da Operação Lava-Jato, o alvo da Força Tarefa é o ex-presidente Lula. Quem não citar Lula em alguma operação duvidosa, não tem direito sequer à delação premiada.
Mas, como diz o ditado popular “não existe almoço grátis”. Os parlamentares deram o golpe para tomar o poder e implantar medidas que os beneficiassem. Os empresários, que financiaram o golpe, cobram a fatura em reformas que tiram direitos trabalhistas – quanto mais explorarem, mais lucros terão – e previdenciários – tem de fazer esse povo comprar mais planos de previdência privados. Tem de aprovar a PEC 241, aumentar a idade mínima para aposentadoria, aprovar a ampliação da terceirização e muito mais.
A primeira medida depois do golpe foi mudar o regime do Pré-Sal e entregar a preço de banana as nossas riquezas naturais às empresas multinacionais do petróleo. Ontem, aprovaram a PEC do desmonte social que congela investimentos em saúde e educação por vinte anos. A próxima perversidade será a reforma da Previdência que vai igualar idade para se aposentar de homens e mulheres, mais uma vez penalizando os mais pobres que trabalharão em média 15 anos a mais.
É nesse cenário em que a CUT exerce o seu papel de principal defensora dos direitos da classe trabalhadora, que surgem os boatos de intervenção em sindicatos CUTistas e na própria Central. Eles querem calar as vozes que denunciam o massacre em curso.
A CUT reafirma a defesa intransigente da democracia e dos direitos da classe trabalhadora.
A CUT reafirma que permanecerá nas ruas, nos locais de trabalho e no Congresso nacional denunciando os ataques aos direitos e organizando a classe trabalhadora a lutar para manutenção e ampliação das conquistas e por uma sociedade mais justa e solidária.
São Paulo, 11 de outubro de 2016-10-11
Vagner Freitas