8 DE MARÇO | PROFESSORAS VÃO ÀS RUAS POR COMIDA, EMPREGO, SAÚDE E EDUCAÇÃO

No dia 8 de março, Dia Internacional de Luta por Direitos das Mulheres, professoras do DF tomarão as ruas da capital federal por um Brasil sem fome de comida e de educação. As trabalhadoras se unirão ao conjunto de mulheres na marcha que, neste ano, tem como lema “Pela vida das mulheres, Bolsonaro nunca mais! Por um Brasil sem machismo, sem racismo e sem fome”. A concentração será às 17h, no Museu da República. De lá, as mulheres seguirão pela Esplanada dos Ministérios, até a Alameda das Bandeiras.

A organização do ato, composta por movimentos sociais e sindical, organizações feministas e partidos políticos, orienta que as participantes da marcha do dia 8 de maço utilizem máscara tampando nariz e boca, álcool 70% e distanciamento social. Para este ano, também é orientada a ida apenas de mulheres que estiverem com o esquema vacinal contra a Covid-19 completo. Para essas pessoas e aquelas que apresentarem sintomas da doença, como tosse, dor de cabeça, coriza e febre, a marcha do 8 de março poderá ser acompanhada pelas redes sociais do 8M DF e entorno (Instagram | Facebook | Youtube).

>> LEIA AQUI O MANIFESTO DO 8 DE MARÇO DE 2022 

Para a dirigente da pasta de Assuntos e Políticas para Mulheres Educadoras do Sinpro-DF Vilmara do Carmo, a pauta da educação é transversal ao lema da marcha das mulheres.

“Um país que investe em uma educação pública, laica, socialmente referenciada e emancipadora, é um país que atua pela redução da violência contra as mulheres, pelo fim da fome, pela defesa da equidade racial e de gênero. As pautas da marcha das mulheres tratam de problemas estruturais. Paulo Freire disse: ‘Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda’. E precisamos de uma mudança radical, já”, diz a sindicalista.

Desde o golpe de 2016, a educação vem sofrendo ataques severos tanto em nível federal quanto distrital. A educação do Brasil sofreu cortes orçamentários sequentes nesses seis anos. Só em 2022, o Ministério da Educação sofreu redução de R$ 739,9 milhões no Orçamento. Também nessa mais de meia década, vem sendo implementada a Emenda Constitucional 95, que congela os investimentos sociais por 20 anos. Sem falar que a era Bolsonaro é marcada (também) por um ministro da Educação que defende abertamente o ensino superior para poucos e avalia que estudantes com deficiência “atrapalham”.

No DF, a militarização das escolas aumenta, sem apresentar nenhum diagnóstico positivo. Ao contrário, nas escolas em que esse regime foi implantado, há relatos de coibição da liberdade de expressão dos estudantes e do corpo docente, assédio sexual contra alunas e outros problemas que atrapalham o processo de aprendizado. Além disso, na capital federal, estão sob análise dos deputados distritais projetos como a voucherização da educação e o homeschooling, que, na ponta, visam tornar a educação um negócio.

“Não fosse a luta da categoria do magistério público, seja em nível federal ou distrital, teríamos retrocedido muito mais”, afirma a dirigente do Sinpro-DF.

Indignação e Esperança
Para a secretária de Mulheres da Central Única dos Trabalhadores do DF (CUT-DF), Thaísa Magalhães, neste Dia Internacional de Luta por Direitos das Mulheres, as ruas serão tomadas por indignação e esperança.

“Em meio a uma crise econômica sem precedentes, nós mulheres temos sim medo da miséria, mas continuamos tendo ainda mais medo da morte diante da violência generalizada que é cometida contra nós. Por isso, saímos às ruas trazendo o grito de Bolsonaro e Ibaneis nunca mais, além de reivindicações históricas pelo direito à educação, saúde, moradia, segurança alimentar”, avalia Thaísa Magalhães.

Mas a dirigente cutista também diz que “este é o ano que podemos mudar o curso da história”. “Temos a chance de tirar Bolsonaro da presidência da República e Ibaneis do governo do DF. Temos a chance de eleger quem tem história na luta pela defesa dos direitos das mulheres. Temos que ser ainda mais fortes que em 2018 para termos chance de iniciar uma mudança profunda que caminhe na direção da garantia de uma vida melhor para as mulheres do Brasil e do DF”, reflete.

Mais ações

Como parte do março de lutas, além da marcha do dia 8 de março, será realizada a Marcha das Mulheres Taguatinga/Ceilândia, dia 5 de março. A concentração da atividade será às 14h, próximo à Feira da Ceilândia, com caminhada até a Feira dos Goianos.

Também compõe o calendário de lutas uma oficina sobre direito ao corpo e direitos reprodutivos, no dia 25 de março. Local e horário ainda serão definidos.

No último dia 26 de fevereiro, sábado de carnaval, a CUT-DF realizou roda de conversa  sobre a vida das mulheres trabalhadoras em meio à crise econômica gerada pelos desgovernos federal e distrital. A atividade foi realizada no Parque da Cidade. 

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