A arte de lecionar e aprender com os estudantes

Luis Guilherme - Dia 3 (1)Já são quase 28 anos dentro das salas de aula e a aposentadoria se aproxima. O professor Luís Guilherme Moreira Baptista, do Centro de Ensino Médio Setor Leste admite dificuldades no início do magistério, mas se sente grato por toda esta trajetória. “Após todo este tempo lecionando, me considero uma pessoa melhor. Consegui entender esta arte de lecionar e aprender com os alunos. O início da carreira é difícil, são muitas dúvidas, angústias, muitos acham que o esforço não compensa. A própria faculdade não consegue dar a noção plena da realidade para quem está começando”, relata.
Desde o início, Luís vê avanços e retrocessos. “O governo nunca esteve na vanguarda nas mudanças positivas, porém alguns ajudam mais do que outros. Quem sempre teve esse papel, para a carreira e para a categoria, são os próprios professores e o Sindicato, tanto nos avanços pedagógicos, como os trabalhistas. O retrocesso é produto do crescimento da população. Falta professor, falta estrutura. No Plano Piloto, a estrutura das escolas é a mesma desde os anos 60”, lamenta.
O professor detalha que sempre fez parte das lutas. “Estava lá durante a primeira greve. Eu acho que o Plano de Carreira, modulação na coordenação, orientação educacional, a Gestão Democrática, alterações da grade curricular são alguns exemplos de grandes avanços”, diz.
Para ele, a categoria carece de investimento na carreira. “A questão salarial, ganhamos pouco em relação a outras profissões de nível superior. É necessário estimular o professor a fazer mestrado e doutorado, ainda o apoio é pequeno para a pesquisa. Acho que o Estado já passou da hora de perceber que esta valorização é necessária”. Mas ele é otimista. “Acredito no que faço, acredito no povo e no país. A solução para todos os problemas sempre estará na educação, ligada na cultura. Não temos outra saída”, afirma.
Este otimismo também está presente nos recursos prometidos para o setor (pré-sal, PNE e PDE). “A questão, como em qualquer outra política é a vontade, determinação e transparência na gestão dos recursos públicos. Temos que cobrar, fiscalizar e exigir a aplicação desses recursos. Não basta ter a verba, ela precisa ser bem aplicada. É uma grande oportunidade, uma janela para o futuro. Compete a gente lutar para que essa janela se abra para um campo florido, pois as condições são muito propícias”, comemora.
Ao final, Luís Guilherme resume essa trajetória de 28 anos em uma única frase: “aprendi que em sala de aula era possível renovar, criar novos paradigmas e se reinventar a cada dia. E que vale muito a pena trabalhar com educação”.
Professor: Luís Guilherme Moreira Baptista
Centro de Ensino Médio Setor Leste
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