CEF 18 de Ceilândia convida para lançamento do livro “Tempos de luta: histórias do período regencial”

O Centro de Ensino Fundamental nº 18 de Ceilândia (CEF 18 de Ceilândia) convida a todos(as) para o lançamento oficial do livro “Tempos de luta: histórias do período regencial (1831-1840)”, na quarta-feira (6/12), a partir das 17h, na própria escola, situada à QNP 10 – Área Especial, de Ceilândia. A obra no formato e-Book foi publicada em setembro deste ano. Confira a matéria sobre essa publicação https://www.sinprodf.org.br/livro-cef18/

“Contudo, agora, no dia 6 de dezembro, vamos fazer o lançamento oficial, com uma cerimônia na escola, reunindo nossos autores e autoras, seus familiares, professores e professoras, direção da escola e alguns convidados”, informa Fabiana Francisca Macena, professora de história e coordenadora da publicação.

 

 

No convite à comunidade escolar, a diretora Elaine Rodrigues de Amorim, os(as) estudantes das turmas de 9º Ano e a professora Fabiana Macena informam que têm a honra de convidar todos e todas para o lançamento oficial. A publicação foi produzida em 2022, quando os(as) estudantes cursavam o 8º Ano, mas, em razão do processo de produção da obra, ela será lançada agora, no fim do ano letivo de 2023, quando os(as) estudantes que a escreveram estão finalizando o 9º Ano.

“Devido a todo o processo de organização do livro, como diagramação e outras questões que envolvem a produção do livro, só conseguimos torná-lo possível agora, em 2023, quando esses e essas estudantes estão no 9º Ano. Mas o conteúdo é do 8º Ano. Este é o último ano deles na escola. Com isso, vamos fazer o lançamento da obra como fechamento do ciclo deles no CEF 18”, informa a professora Fabiana.

Disponível no formato e-Book no site https://paruna.com.br/ebooks/,  o resumo da obra informa que “os(as) estudantes que se comprometeram com o processo de aprendizagem histórica e com a produção do conhecimento histórico escolar, tornando-se agentes deste processo, abriram espaços para a formação de si como sujeitos. Ao produzirem outras narrativas sobre os movimentos do período regencial (1831-1840), constroem outras explicações possíveis e destacam a participação de homens e mulheres pobres, escravizados, indígenas. Também inventam novas formas de ser/estar no mundo”.

 

Ensino de História e Cidadania

Fabiana explica que o livro é o desdobramento do projeto “Ensino de História e Cidadania: a construção das diferenças e a conquista de direitos”, desenvolvido no CEF 18 de Ceilândia, com o apoio da direção. “O objetivo é que as e os estudantes compreendam como, a partir do século XIX, quando a cidadania emerge no vocabulário político brasileiro, seus sentidos implicaram na definição daqueles que eram e os que não eram cidadãos, aqueles que eram ou não detentores de direitos”, afirma a professora.

Ela explica que “todavia, mesmo excluídos das definições de cidadão da época, mulheres, escravizadas/os, pessoas pobres, indígenas buscaram encontrar caminhos possíveis para alcançar aqueles direitos que lhes foram negados. E um dos momentos da história do Brasil em que podemos perceber a riqueza de projetos e as muitas lutas por essa inserção é o período regencial, que se estende de 1831 a 1840. Momento em que o trono brasileiro se encontra vazio, em razão da abdicação de D. Pedro I e a impossibilidade de D. Pedro II assumir, em razão de sua idade (5 anos)”.

“Justamente pela riqueza de debates e projetos políticos defendidos nesse período, assim como pelas possibilidades abertas para a discussão do conceito de cidadania a partir de um aprofundamento de seu conhecimento, promovemos entre os estudantes dos 8º anos, no ano de 2022, o estímulo à pesquisa e à análise de diferentes registros e linguagens sobre estes movimentos políticos regenciais, as chamadas revoltas regências, como a Cabanagem, Balaiada, Farrapos, mas também aquelas menos discutidas, como Malês, Carrancas e Manoel Congo”, complementa.

A professora conta que o esforço possibilitou aos(às) estudantes conhecerem estes movimentos e suas motivações, mas também ir além: interpretar, compreender, estabelecer comparações e confrontos entre diferentes discursos sobre estas revoltas e que, na leitura do material didático e de outras produções sobre a temática, em uma perspectiva comparativa, os e as estudantes observaram as escolhas, os protagonistas, as omissões e os silêncios presentes na produção de conhecimento.

“A partir disso, foram capazes de construir suas próprias narrativas, em histórias em quadrinhos, cientes de que não seriam mais ou menos verdadeiras do que aquelas a que tiveram acesso, mas histórias possíveis, elaboradas a partir de suas escolhas e de registros acerca dos acontecimentos do período regencial, destacando, sobretudo, a presença de protagonistas até então esquecidos: mulheres, indígenas, pessoas negras libertas e escravizadas”, informa.

Primeira obra coletiva

Professora de História da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal desde 2017 e atuante no CEF 18 de Ceilândia desde 2019, Fabiana Francisca Macena é formada em História pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), além de mestre (2010) e doutora (2015) em História pela Universidade de Brasília (UnB). Ela realizou estágio pós-doutoral no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Mato Grosso (2016) na área de ensino de História.

Ela está sempre produzindo artigos científicos para livros e revistas com o tema do ensino de história. “Mas esta é a primeira obra coletiva, tendo estudantes como autores. E creio que este seja o principal diferencial do livro: evidenciar que há produção de conhecimento no espaço escolar e que os(as) estudantes são sujeitos nesse processo”, finaliza.