Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho

Estudos da OIT (Organização Internacional do Trabalho) e da OMS (Organização Mundial da Saúde) apontam que cerca de 2,3 milhões de trabalhadores e trabalhadoras em todo o mundo perdem suas vidas em acidentes fatais, a cada ano, em seus locais de trabalho. Além disso, outros 1,9 milhão de vítimas adquirem doenças ocupacionais e traumatismos no ambiente de trabalho todos os anos, e muitos ficam com sequelas.

Os fatores que desencadeiam essas mortes e enfermidades são conhecidos: longas jornadas laborais, exposição à contaminação do ar, a substâncias cancerígenas, riscos ergonômicos, ruído. A não disponibilização de EPIs (equipamentos de proteção individual) ou o uso inadequado deles também é um forte elemento de risco na execução de determinados trabalhos.

No Brasil, dados do Observatório da Segurança e Saúde no Trabalho mostram que entre 2012 e 2022, foram comunicados 6,7 milhões acidentes de trabalho e 25,5 mil mortes no emprego com carteira assinada. Se os trabalhadores informais e precarizados, que são mais expostos a riscos, forem incluídos nessa estatística, esse número tende a aumentar bastante.

A responsabilidade de garantir um local de trabalho sem riscos, é claro, é do empregador. “Ambientes com boa estrutura física e psicológica são propulsores de um bom desenvolvimento da atividade laborativa”, opina a coordenadora da Secretaria de Saúde do Sinpro, Élbia Pires.

 

Saúde mental também

Garantir saúde e segurança do trabalhador e da trabalhadora implica em garantir uma vida laboral livre de assédio e de violência, potenciais causadores ou acentuadores de quadros de sofrimento psíquico. De novo segundo a OMS e a OIT, ansiedade e a depressão juntas foram responsáveis por 12 bilhões de dias de trabalho perdidos em todo o mundo, significando um custo pessoal e familiar inestimável, mas também um custo econômico.

Entre janeiro e abril de 2023, mais de 5,1 mil servidores da rede pública de ensino se afastaram do trabalho apresentando atestado médico. Cerca de 26% tiraram a licença para tratar de transtornos mentais. Os dados são da Diretoria de Epidemiologia em Saúde do Servidor, da Secretaria de Planejamento do GDF. “É urgente que o Estado promova políticas públicas que garantam a segurança física e emocional dos nossos profissionais da educação”, destaca Élbia Pires.

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“A política do governo Ibaneis de superlotação de turmas, por exemplo, é uma grande causadora de acidentes de trabalho para os professores e professoras”, afirma a coordenadora da Secretaria de Mulheres do Sinpro, Mônica Caldeira. “Salas superlotadas colocam estudantes com deficiência ou transtorno em situação de risco, e, por consequência, os profissionais de educação também”, completa ela.

Acesse, no botão abaixo, a cartilha do Sinpro sobre acidentes de trabalho:

CARTILHA

 

Histórico da data

Em 2003, a OIT declarou 28 de abril como o Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho em memória de 78 mineiros mortos nos Estados Unidos em 1969, vítimas da explosão de uma mina. Por isso, anualmente nesse dia, são realizados eventos no mundo todo para conscientização de trabalhadores e empregadores quanto aos riscos de acidentes no trabalho, e esse se tornou um dia de luta por trabalho decente.

No Brasil, a Lei nº 11.121/05 instituiu a mesma data como o Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes de Trabalho.

 

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