Após várias negativas do Estado de Israel, brasileiros que estavam em Gaza chegam a Brasília

A repatriação de um grupo de 32 brasileiros advindos da Faixa de Gaza foi uma prova de resistência e diplomacia para o governo federal. Após uma série de negativas do governo israelense e um trabalho sistemático da diplomacia brasileira, o grupo, que aguardava há mais de um mês pelo direito humano de sair da área de conflito, e uma espécie de “boa vontade” do Estado de Israel, finalmente chegou a Brasília, na noite dessa segunda-feira (13), no 10º voo que o governo Lula enviou para resgatar brasileiros da área de guerra.

Ao todo foram sete listas até esse grupo conseguir autorização para sair da zona de guerra. No avião, estavam 22 brasileiros de nascimento, sete palestinos naturalizados brasileiros, três palestinos familiares próximos, 17 crianças, nove mulheres e seis homens, além de animais domésticos, os quais foram recebidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pela primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, e por seis ministros, dentre eles Mauro Vieira (Relações Exteriores), Paulo Pimenta (Secom) e Flávio Dino (Justiça). Eram 34 pessoas, no entanto, duas delas desistiram da repatriação e permaneceram em Gaza.

Esse grupo cruzou a fronteira de Gaza com o Egito no domingo (12) e sua chegada ao Brasil representou um dos capítulos mais angustiantes do resgate de brasileiros da Faixa de Gaza nesta guerra criada pelo Estado de Israel. A jornada de repatriação foi marcada por momentos de tensão, angústia e terror, que demandou do governo Lula um trabalho diplomático sensível, resistente e insistente, que envolveu várias áreas do Estado brasileiro. Isso porque o governo israelense negou, por sete vezes, a inclusão dos brasileiros na lista das pessoas a saírem da Faixa de Gaza, local em que há mais 12 mil mortos, dos quais cerca de 1.200 israelenses e 11 mil palestinos, sendo quase 70% mulheres e crianças.

Na semana passada, a imprensa mundial denunciou que 36% dos estrangeiros autorizados a saírem de Gaza pelo Estado de Israel eram norte-americanos. “Dos 3.463 estrangeiros autorizados a sair da Faixa de Gaza até quarta-feira (8/11), 1.253 têm passaporte dos Estados Unidos, o que representa 36,1% do total. O principal aliado de Israel na guerra que o país declarou contra o Hamas lidera a lista de nacionalidades até agora autorizadas a deixar o enclave palestino”, informou a Agência Brasil.

Segundo a denúncia, “além dos Estados Unidos, outros oito países tiveram mais de 100 nacionais autorizados a sair da região. Essas nove nações somam 86% do total de estrangeiros autorizados a deixar Gaza. A segunda nacionalidade mais beneficiada foi a Alemanha, com 335 pessoas, o que representa 9,6% do total. Em terceiro lugar está a Ucrânia com 329 pessoas (9,5%) e, em quarto, a Jordânia, com 289 pessoas autorizadas a sair de Gaza (8,3%). Em seguida, estão o Reino Unido com 241 pessoas nas listas (6,9%), Romênia com 154 (4,4%), Filipinas com 153 (4,4%), Canadá com 120 (3,4%) e França com 111 (3,2%)”.

Desde o início do conflito entre Israel e Hamas, em 7 de outubro de 2023, o Brasil realizou outros nove voos de repatriação de brasileiros que estavam na região do conflito. Ao todo, o governo Lula já repatriou 1.432 brasileiros e 53 animais domésticos trazidos para o País. Com exceção desta última, nenhuma das chegadas contou com a presença de Lula.

O Sinpro-DF tem acompanhado, com preocupação, o desenrolar da guerra que o Estado de Israel deflagrou contra o povo palestino. Dentre os horrores que o Estado de Israel tem criado na região de Gaza, é difícil destacar uma imagem mais ou menos chocante. Todas são chocantes. No entanto, uma cena deprimente e desumana marcou essa tragédia: um vídeo em que milhares de palestinos são expulsos de seus lares e seguem a pé para algum lugar do planeta para escaparem da morte imposta pelo Estado de Israel. A cena é mostrada no Instagram da jornalista Hildegard Angel, cuja descrição mostra que a atual cena remonta à “Nakba, palavra árabe que significa “catástrofe” ou “desastre” e designa o êxodo palestino de 1948, quando pelo menso 711.000 árabes palestinos, segundo dados da Organização das Nações Unidas, fugiram ou foram expulsos de seus lares, em razão da guerra civil de 1947-1948 e da Guerra Árabe-Israelense de 1948.

 

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Editorial | Sinpro repudia o genocídio do povo palestino

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