Editorial | Sinpro repudia o genocídio do povo palestino

O Sinpro-DF tem acompanhado, com preocupação, o desenrolar da guerra que o Estado de Israel deflagrou contra o povo palestino. Na manhã desta quinta-feira (26), forças militares israelenses iniciaram a invasão por terra à Faixa de Gaza e a agência de notícias Reuters informou que se trata de uma “operação relativamente grande”, o que significa mais assassinatos.

Uma entrevista da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) com o professor Franz Dwertmann, membro do Departamento Internacional do Conselho Principal do Education and Science Union (GEW) ou Sindicato dos Professores e Cientistas da Alemanha, o maior sindicato do país, informa que os sindicatos alemães têm ajudado na abordagem da guerra de Israel contra a Palestina nas escolas a fim de evitar que o conflito cresça em sala de aula.

Na entrevista, Dwertmann diz que a sociedade e os políticos alemães pedem aos sindicatos para oferecerem materiais especializados sobre o assunto no intuito de garantir a conscientização contra o antissemitismo e o racismo, bem como sobre a complexidade histórica do conflito Israel-Palestina. Há sites de notícias  não liberais que mostram todos os lados do conflito e há muita obra literária sobre a luta dos palestinos pelo direito de existir, as quais retratam, por meio da história e da poesia, o sofrimento e o apartheid desse povo.

É importante ler escritores como Mahmoud Darwish, que contam essa saga por meio da literatura. Darwish, por exemplo, traz, dentre outras obras, a “Da presença da ausência” e a “Memória para o esquecimento”. Ghassan Kanafani, um dos grandes nomes da literatura e uma das principais vozes da Frente Popular de Libertação da Palestina, escreveu “Homens ao Sol”, uma obra literária essencial para entender e conhecer essa história.

Kanafani foi assassinado, em 1972, pelo Mossad (“inteligência” israelense), que colocou uma bomba em seu carro e, na explosão, morreu também Lamis Najm, sobrinha dele de 17 anos. O ativista também escreveu “O pequeno lampião” e “A Revolta de 1936-1939 na Palestina”.  

No Brasil, apesar de termos um governo federal contrário a qualquer tipo de massacre, genocídio e opressão dos povos, o Parlamento está repleto de deputados(as) contrários à paz e a soberania dos povos. Na semana passada, por exemplo, os deputados federais Gustavo Gayer (PL-GO) e Julia Zanatta (PL-SC) entregaram à Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, uma lista de intelectuais, militantes, parlamentares e entidades que prestaram solidariedade à Palestina nos últimos dias. Indicaram parlamentares do PT, do PSB e do PSOL, além de intelectuais, acadêmicos, cientistas, professores e sindicatos ao governo estrangeiro.

Essa ação (desses parlamentares) é uma das atitudes antissemitas que ilustram bem o fato de que, para além do genocídio do povo palestino, a ação de Israel não é apenas uma guerra entre países, mas entre civilizações. Nesse sentido, os EUA entram em cena conduzindo uma “cruzada” contra qualquer país que defenda sua própria independência e interesses. É aí que incluímos, nesta análise sobre este genocídio em curso do povo palestino, a guerra da Ucrânia e a agressão contra a Rússia como parte dessa cruzada estadunidense contra os países que querem sua própria independência.

Numa recente análise da situação mundial feita pelo ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, ele afirma que o massacre a Gaza e a guerra da OTAN contra a Rússia são guerras ocidentais contra qualquer um dos participantes da comunidade internacional que demonstre independência e defenda os seis interesses internacionalmente.

Lavrov resumiu a situação numa frase: “estamos testemunhando o nascimento de uma ordem mundial [sistema] multipolar mais justa, baseada na diversidade cultural e civilizacional do mundo moderno, no direito natural dos povos de determinar seus próprios caminhos e modelos de desenvolvimento, por meio da realização do princípio mais importante das Nações Unidas – a consagração de sua Carta – a igualdade soberana dos Estados”.

O fato é que populações do mundo inteiro entenderam o problema e reagem contra o genocídio com grandes manifestações de rua em favor do povo palestino. Inclusive nos EUA, onde protestos têm sido reprimidos. No entanto, apesar das repressões aos protestos e dos discursos midiáticos liberais da imprensa tradicional demonizando os palestinos, políticos norte-americanos também têm reagido a esse massacre.

Na manhã desta quinta (26), Cenk Uygur, um comentarista político e pré-candidato democrata à Presidência dos EUA, classificou as ações de Israel como ‘terrorismo’ numa entrevista ao apresentador britânico Piers Morgan e pediu a todos que “acordem”. O Sinpro alerta a categoria sobre a necessidade desse acordar e manifesta sua solidariedade ao povo palestino, defendendo, desde sempre, o direito tanto do povo israelense como do povo palestino a seus respectivos territórios e o direito de cada um a ter sua nação soberana.

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