Estudantes no Paraná realizam assembleia e ocupações crescem pelo país

Estudantes secundaristas no Paraná realizam uma assembleia nesta quarta-feira (26) para aumentar as ocupações nas escolas. A reunião começou por volta das 10h40, no Colégio Estadual Professor Loureiro Fernandes, em Curitiba, e deve terminar no final da tarde.
Segundo os estudantes que falaram ao Portal da CUT, cerca de 600 pessoas participam do encontro e a expectativa é de aumentar a ação.
Pela manhã, enquanto os alunos davam entrevista para imprensa local, três membros do Movimento Brasil Livre, grupo de direita que apoiou o golpe contra a presidente eleita Dilma Rousseff, tentou impedir os secundaristas de falarem.
“Já é um movimento vitorioso, de participação dos estudantes, amplo, plural e democrático, afirmou Matheus dos Santos, presidente da União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (UPES).
O governo de Beto Richa (PSDB) tem conversado com algumas organizações como o MBL para realizar atos contrários às ocupações. Na semana passada, alguns integrantes foram às dependências do Colégio Estadual do Paraná para agredir verbalmente e fisicamente os alunos que ocupam o prédio.
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública no Paraná (APP) denunciou ainda que na última segunda-feira (24) Richa abriu o Palácio Iguaçu para receber somente grupos contrários às manifestações dos estudantes.
História de luta
O movimento dos secundaristas na região metropolitana de Curitiba começou no último dia 3 de outubro, tendo como pauta principal a Medida Provisória (MP) 746 que propõe uma reforma no Ensino Médio e a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241. O estado concentra o maior número de escolas ocupadas. De acordo com os alunos, são 847 escolas e universidades.
No Brasil, cerca de 1108 escolas estão ocupadas em todo país por estudantes, segundo o balanço divulgado pela Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas).  Segundo a organização, são 995 escolas e institutos federais, 73 universidades, três núcleos regionais de educação e a Câmara Municipal de Guarulhos, em São Paulo.
As ocupações nas escolas ocorreram depois que o governo Temer enviou a MP 746, que prevê a reforma do ensino médio. O anúncio foi feito pelo ministro da Educação, Mendonça Filho. A proposta foi elaborada às pressas e apresentada pela equipe do governo,  muda a Lei de Diretrizes e Bases da Educação para instituir nas escolas de Ensino Médio em tempo integral a flexibilização curricular.
O assunto gerou polêmica quando o governo apontou que acabaria com a obrigatoriedade de disciplinas como sociologia, filosofia, educação física e artes. Por enquanto, essas disciplinas continuam nos currículos.