Empresa terceirizada pela UnB realiza perseguição política contra dirigente da CUT

Um caso grave, que configura perseguição política e prática antissindical, foi flagrado na Universidade de Brasília. Há mais de 20 anos na UnB, Mauro Mendes foi demitido neste mês de maio, mesmo ocupando cargo sindical na Central Única dos Trabalhadores de Brasília e da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil – Fasubra.
A empresa que demitiu Mauro Mendes foi a RCS Tecnologia. Junto com o sindicalista, outros 14 trabalhadores terceirizados foram demitidos, mas apenas Mauro não foi realocado em outro órgão que tivesse contrato com a RCS. Do grupo, Mauro Mendes é o único que está ativamente inserido em atividades sindicais.
É verdade que mais de 530 trabalhadores terceirizados foram demitidos na UnB em 2017, uma reação ao corte orçamentário imposto pelo governo ilegítimo Michel Temer, através da Emenda Constitucional 95 – que congela por 20 anos investimentos acima da inflação em gastos públicos nas áreas sociais. Entretanto, na carta emitida pela própria Universidade à RCS quanto à necessidade de redução no quantitativo de trabalhadores, não constava o cargo de Mauro Mendes, que está inserido no setor de alvenaria.
A demissão do dirigente sindical Mauro Mendes também vai contra a lei. De acordo com o artigo 543 da CLT, parágrafo 3º, “Fica vedada a dispensa do empregado sindicalizado ou associado, a partir do momento do registro de sua candidatura a cargo de direção ou representação de entidade sindical ou de associação profissional, até 1 (um) ano após o final do seu mandato”.
A CUT Brasília repudia veementemente a ação lamentável, que reproduz um cenário onde as forças reacionárias avançam em detrimento de garantias legais e direitos sociais. Afirmamos que a administração da UnB deve envidar todos os esforços para solucionar não só o caso de Mauro Mendes, mas de todos os trabalhadores e trabalhadoras terceirizados que vêm sendo injustamente demitidos, tornando-se vítimas de uma política nacional neoliberal e fascista.