Bandeiraço no STF denuncia caos no campo após o golpe e pede Lula livre

A militância do acampamento Lula Livre em Brasília engrossou a luta por direitos e democracia nesta terça-feira (17). Trabalhadores de diversos coletivos sociais como Movimento de Pequenos Agricultores – MPA e Movimento Trabalhadores Sem Terra – MST realizaram bandeiraço em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF). Além da luta permanente pela liberdade de Lula, eles tiveram como pauta específica a realização da reforma agrária e de melhores condições de vida no campo.
O diretor do MPA, Bruno Pilon, relembrou o massacre de Eldorado dos Carajás. Para ele, o momento é um marco na história da luta camponesa. “Hoje, completam-se 22 anos do massacre e da impunidade. Na época, 19 camponeses que lutavam pela terra foram assassinados a sangue frio, sob a luz do dia e, até hoje, os criminosos seguem impunes. Além disso, relembramos os dois anos de golpe instaurados a partir do impeachment da ex-presidenta Dilma. Por isso, nosso objetivo aqui é justamente marcar e reforçar o processo de resistência e mostrar o descontentamento da classe trabalhadora em relação ao que se passa no país, desde a perda de direitos e início da ruptura democrática”, explicou.

 Dirigente do MST, Alexandre Conceição ressaltou a importância de Lula no andamento da reforma agrária no Brasil. “Estamos pressionando e STF e denunciando a prisão arbitrária de Lula, os 22 anos de impunidade do Massacre de Eldorado dos Carajás e, principalmente, denunciando que após o processo de golpe houve a paralisação completa da reforma agrária. A mobilização segue firme, já passamos de 20 novas ocupações e não vamos enfraquecer. A reforma agrária é de extrema importância para o povo brasileiro, pois é a partir da distribuição de terra que se estabelece um processo democrático e de ampla produção de alimentos que chegam saudáveis e mais baratos à mesa do povo brasileiro. Mas para que haja reforma agrária no país é necessário acabar com o golpe e restaurar a democracia”, concluiu.

Já o secretário de Finanças da CUT Brasília, Julimar Roberto, reforçou a necessidade de democratização da mídia. “Desde o início do golpe, a impressa golpista tem sido extremamente partidária. Com isso, assuntos tão importantes como esse que está sendo discutido hoje não chegam à população. Nós, a classe trabalhadora e os movimentos sociais e sindical não vamos nos acostumar com a prisão de Lula. Seguiremos firmes e na luta por igualdade de direitos e democracia”, concluiu.
A ação faz parte das atividades do acampamento Lula Livre e do Abril Vermelho do MST. Diversas outras ações serão realizadas ao longo da semana.
Fonte: CUT Brasília