A direita quer dar o bote já em nossos direitos

Os direitos da classe trabalhadora e a democracia, conquistados com muita luta e sangue, estarão sob ataque já em fevereiro, antes mesmo do Carnaval. Não dá para vacilar um minuto sequer.
Os setores da direita querem aproveitar o momentâneo relaxamento por causa das festas de final de ano, férias e Carnaval para nos golpear.
Na volta de recesso parlamentar, daqui a alguns dias, já no começo do mês, os segmentos empresariais, ruralistas e financeiros pretendem botar imediatamente em votação a agenda conservadora no Congresso Nacional.
E nós sabemos o que esses setores da direita querem: golpe na democracia e a retirada de direitos e conquistas históricas da classe trabalhadora, promovendo um retrocesso político, econômico e social, beneficiando apenas as elites e o capital, aumentando as injustiças e a desigualdade social.
São pelo menos dez projetos de lei que estarão tramitando a todo vapor, com grandes chances de serem aprovados no próximo período, caso nada seja feito.
Demos provas de firme resistência e combatemos os ataques dos setores retrógrados, mesmo sendo reprimidos com violência e proibidos de nos manifestarmos dentro e fora do Congresso Nacional. Porém, cada nova ameaça deve fortalecer nossa organização e a unidade dos movimentos sindicais e sociais, de esquerda, mantendo e intensificando as ações de massa, nas ruas e no parlamento, por um Brasil mais justo e igualitário.
Este é o perfil que molda a  atuação da CUT Brasília. Por isso, conclamamos todos a seguirem mobilizados e combativos, para que “jamais ousem duvidar da capacidade de luta da classe trabalhadora”, parafraseando o ex-presidente Lula.
A agenda anti-trabalhador
Na lista de maldades do Congresso Nacional, o mais conservador e patronal desde a ditadura militar, encontram-se os seguintes projetos que terão apreciação e votação aceleradas:

  • Um dos projetos que têm urgência para os empresários no Senado é o PLC 30. É aquele projeto que na Câmara era chamado de PL 4330, que rasga CLT, acordos e convenções coletivas, permite subcontratações sem fim, precariza ainda mais as relações de trabalho, amplia o abismo entre terceirizados, quarteirizados e os contratados diretamente e enfraquece os sindicatos de trabalhadores.
  • A Lei Antiterrorismo (PL 2016/2015), de autoria do Poder Executivo, que trata e pune como crime ações dos movimentos sociais e sindical, atacando o direito de manifestação dos trabalhadores;
  • A flexibilização do Conceito do Trabalho Escravo (PLS 432/13), que não pune àqueles que impõem jornada exaustiva e condições degradantes de trabalho;
  • O PL 131/2015, que retira a obrigatoriedade da Petrobras como exploradora exclusiva do pré-sal e entrega uma das maiores riquezas do Brasil ao capital privado;
  • A privatização das estatais (PLS 555/2015 – Estatuto das Estatais), que quer vender nossas empresas, como a Caixa, a Petrobras e os Correios, desmantelando o setor público estratégico;
  • A redução da idade de trabalho (PEC 18/2011) e a redução da maioridade penal para 16 anos (PEC 171/1993), que colocam em risco os direitos básicos dos nossos jovens;
  • O Estatuto da Família (PL 6583/2013), que limita o conceito de família e nega direitos à população LGBT;
  • A criminalização da vítima de violência sexual (PL 5069/2013), que minimiza a dor da mulher vítima de estupro e abre brechas para punir qualquer pessoa que oriente o uso de método contraceptivo e preste orientações sobre o aborto legal definido pela Constituição;
  • O Estatuto do desarmamento (PL 3722/2012), que facilita a aquisição e o porte de armas de fogo.

Contra essa voracidade dos empresários, ruralistas, banqueiros e fanáticos religiosos que estão em franca maioria no Congresso defendendo causa própria é que seguiremos ocupando as ruas e as galerias e utilizaremos de toda a nossa força para avançarmos em direitos e na democracia que conquistamos. Nós lutamos e continuaremos lutando contra a exploração econômica e social, independentemente de governo, de partidos e de patrões, por um projeto de desenvolvimento de interesse dos trabalhadores e pela construção de uma sociedade justa, democrática e igualitária.
Somos fortes, Somos CUT