Vitória da vida – Governos estaduais poderão antecipar compra de vacinas contra a Covid-19

A autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o uso da vacina Coronavac, do Instituto Butantan, na campanha de imunização infantil contra a Covid-19 é mais um importante passo para o combate ao novo Coronavírus. Diante do aumento alarmante no número de infectados no Brasil e no mundo, motivado principalmente pela escalada da variante Ômicron, a autorização possibilitará que os governos estaduais comprem o imunizante diretamente do Butantan sem a necessidade de aguardar a remessa das vacinas pelo Ministério da Saúde.

A novidade não modifica a faixa etária das crianças que poderão ser vacinadas no Brasil, mas aumenta a oferta de imunizantes, já que o Instituto Butantan tem armazenado 10 milhões de doses prontas. Anteriormente, somente a Pfizer estava liberada para vacinar crianças a partir de 5 anos, fato que prejudicava a campanha de imunização infantil, uma vez que as doses, vindas do exterior, eram em quantidade insuficiente para imunizar todas as faixas de idade infantil.

Diante da urgência em acelerar a imunização do público de 5 a 11 anos, a diretora do Sinpro, Rosilene Corrêa, acredita que a medida é um avanço e uma importante vitória pela vida e pelo combate a este vírus que matou milhões de pessoas ao redor do mundo. “Se analisarmos que a vacina está salvando milhões de vidas mundo a fora, e quanto mais pessoas imunizadas mais próximo estaremos do fim desta pandemia, a aprovação da Anvisa para a compra da Coronavac é, sim, um passo gigantesco para o combate à Covid. Os governos estaduais têm a oportunidade de acelerar a compra de vacinas e antecipar a imunização das crianças”, salienta Rosilene.

 

Compra já está sendo feita

Após o anúncio da Anvisa, alguns governos estaduais já se anteciparam e estão solicitando remessas do imunizante ao Butantan. Anteriormente, vários governos, a exemplo do Governo do Distrito Federal, mostravam dificuldade na vacinação das crianças devido à falta de imunizantes. A demora na imunização tem causado o aumento de infectados, alta no número de óbitos de pessoas não vacinadas ou com vacinação incompleta, além de aumentar a procura em hospitais.

Até o momento, aproximadamente 210 milhões de doses já foram aplicadas em crianças em diversas partes do mundo. Além de reduzir internações e mortes, a vacina infantil tem o potencial de prevenir a Covid-19 longa e de impactar na circulação geral da Sars-cov-2. “Diante da demora na vacinação das crianças, muitos governos argumentavam que a falta de imunizantes prejudicava a campanha. Agora isto já não é mais um problema. Os governos estaduais têm a oportunidade de acelerar a imunização dos pequenos, fato que vai colaborar diretamente no combate ao vírus”, afirma Rosilene Corrêa.

 

Brasil um passo atrás

Apesar da liberação na compra da Coronavac por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, o Brasil colhe frutos negativos devido à demora na realização dos procedimentos contra a Covid-19. Além de toda política contrária e irresponsável praticada pelo governo federal desde a chegada do vírus no mundo, a própria Anvisa demorou na utilização de imunizantes em território brasileiro.

Desde o ano passado a Coronavac já é usada em crianças de três a 11 anos em diferentes países do mundo, exemplo de China, Hong Kong, Chile, Equador, Indonésia e Camboja. A utilização foi aprovada após estudos comprovarem sua eficácia e segurança na imunização de crianças e adolescentes contra o novo Coronavírus. Outro exemplo é a utilização do imunizante Pfizer em bebês de seis meses.

A fabricante norte-americana tem realizado testes clínicos para reduzir a idade mínima para vacinação. O objetivo é obter autorização para a aplicação da vacina em bebês a partir de seis meses. Na última semana o diretor de relações internacionais do Ministério da Saúde de Israel, Asher Shalmon, disse que o país pode começar a vacinação de bebês contra a Covid em abril. Com a medida, a idade mínima para tomar o imunizante cairia dos atuais 5 anos para apenas 6 meses.

O Sinpro entende que se todas estas preocupações e medidas tivessem sido adotadas pela Anvisa e pelo governo Bolsonaro no Brasil, milhares de vidas teriam sido salvas e o combate ao vírus estaria em estágio bem mais adiantado. Entendendo isto e observando a lentidão e a ausência de campanhas de vacinação infantil por parte do GDF, o sindicato lançou a campanha Escola não é lugar de ter medo. Vacinação infantil já!

Clique aqui e veja como participar.

MATÉRIA EM LIBRAS