Vítima de violência doméstica recebe doações para reconstituir os dentes

Rose Hellen de Almeida é o nome de uma mulher do Distrito Federal vítima de violência doméstica que busca ajuda da população para reconstituir seus dentes. O crime ocorreu em junho do ano passado e desde então, há 8 meses, ela faz todo tipo de tratamento para se curar da agressão. Dentre muitos ferimentos graves, que quase lhe tiraram a vida, o agressor destruiu 80% dos seus dentes. Hoje, ela precisa de R$ 26 mil para recompor sua arcada dentária.

A campanha de doação está no site Vakinha e qualquer valor é muito bem-vindo. Basta clicar neste link https://www.vakinha.com.br/3444104 para fazer a sua doação ou pelo PIX 3444104@vakinha.com.br. O nome é Rose Hellen de Almeida. O mais beneficiado pela doação é o próprio doador, afinal é milenar o conhecimento de que ajudar os outros faz bem para a saúde e esse saber universal foi comprovado cientificamente.

A revista Galileu divulgou, em 2018, uma pesquisa publicada no jornal científico Psychosomatic Medicine: Journal of Biobehavioral Medicine em que foi revelado que “fornecer apoio social a pessoas em necessidade ativa regiões do cérebro ligadas ao cuidado parental — o que está associado a efeitos positivos para a saúde”. Clique aqui e confira a matéria. 

 

Campanha para realizar o meu tratamento dentário

Violência doméstica: uma doença social

Apesar da Lei Maria da Penha, sancionada em 2003, a violência doméstica não diminuiu. No governo Jair Bolsonaro, ela aumentou muito. Rose é uma das vítimas desse recrudescimento resultante da apologia à violência do governo passado. Trata-se de uma doença social que é estimulada quando o governo incentiva a política do ódio, o uso de armas e outras formas de violência na sociedade.

Um levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) (https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2022/12/07/feminicidios-batem-recorde-no-1o-semestre-de-2022-no-brasil-quando-repasse-ao-combate-a-violencia-contra-a-mulher-foi-o-mais-baixo.ghtml) mostrou que o número de feminicídios bateu recorde no 1º semestre de 2022 no Brasil, quando repasse ao combate à violência contra a mulher foi o mais baixo. Segundo o Fórum, 699 mulheres foram vítimas: uma média de quatro assassinatos por dia. Rose não está nessa estatística, mas aparece entre os números da violência doméstica em 2022 no Distrito Federal.

Ela tem três filhos e conta que, em razão da correria da vida, passou a sofrer de depressão. Após a separação do marido, mergulhou em crises sucessivas e foi internada 10 vezes. Na mais longa das internações, conheceu outra pessoa e foi viver junto e o relacionamento parecia equilibrado, sóbrio e com muito amor e carinho. Isso a encorajou a ir morar com o novo companheiro.

“Certo dia, ele cismou que eu estava tendo um caso com o porteiro, enlouqueceu, trancou a porta da casa, tomou o meu celular e me deixou em cárcere privado por 5 dias. Avisou que havia câmeras no apartamento e, um dia, saiu. Voltou transtornado. Eu estava dormindo pesado por causa da medicação e acordei com murros e pontapés na minha cabeça. Ele me jogou no chão, quebrou 80% dos meus dentes, chutou meu corpo todo, tive um trauma no crânio, o corpo todo com hematomas, meu joelho ficou danificado”

Do lado de fora do apartamento a Patamo, os Bombeiros e a Polícia Militar tentava entrar para impedir o feminicídio. “E ele não queria abrir a porta, eu no chão sem forças para levantar, com a boca destruída, fui me dar conta de tudo no hospital Santa Marta, com delegada me interrogando”, finaliza.

O Sinpro lamenta mais essa violência e convida a categoria a ajudá-la financeiramente, mas, não apenas isso: convida a nossa categoria a refletir sobre a urgente necessidade de se combater a violência doméstica tanto na vida de cada professor(a) e orientador(a) educacional, como na observação diária dos(as) nossos(as) estudantes para detectarmos anormalidades desse tipo.

A violência doméstica é um problema social que está também ligado à Educação. O Sinpro foi uma das primeiras entidades sindicais do País a criar, na sua estrutura, uma Secretaria de Mulheres e informa a categoria conta, diuturnamente, com a Secretaria de Assuntos e Políticas para Mulheres Educadoras (Secretaria de Mulheres) para atendimento.