Vacinação de crianças: Anvisa ainda discute autorização

Especialistas têm insistido na importância de se vacinarem as crianças contra a covid-19 no Brasil. O procedimento também é recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Com a evolução do processo de vacinação no país, essa faixa etária torna-se um setor desprotegido, e já vem se verificando o aumento proporcional de casos de covid-19 em crianças. Segundo informações do Ministério da Saúde, já são 1.412 casos confirmados de síndrome inflamatória multissistêmica associada à doença no público infantil no país. Cientes desses dados, diversos países já avançam na imunização de suas crianças, como Estados Unidos, China, Chile e Argentina.

Segundo o médico Dráuzio Varella, em artigo publicado em seu blog, crianças infectadas costumam evoluir com poucos ou nenhum sintoma, mas uma minoria desenvolve quadro de insuficiência respiratória que coloca sim sua vida em risco: “Nos Estados Unidos, já morreram 700 crianças. Covid está hoje entre as 10 principais causas de óbito na infância. Não há um caso sequer de morte causada pela vacina” pontua ele. “As pesquisas demonstraram que a vacinação de crianças de 2 a 11 anos é absolutamente segura. Em um estudo com mais de 2 mil crianças, não houve nenhuma morte e 90% delas não apresentaram nenhum efeito colateral. O risco de miocardite é de 5 casos a cada 1 milhão de vacinados e, ainda assim, com quadros muito mais leves do que aqueles causados pela covid-19”, afirma Dráuzio.

Dia 12 de novembro, a fabricante Pfizer/Biontech protocolou pedido de autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para ampliar a utilização de sua vacina no público infantil (5 a 11 anos). Dia 23, a Anvisa emitiu exigência de informações adicionais. Há uma semana, dia 7 de dezembro, a Pfizer apresentou à agência os dados solicitados, e aguarda agora a autorização. A Pfizer é a única fabricante que tem autorização para ser aplicada em adolescentes de 12 a 17 anos no Brasil.

O Instituto Butantan também anunciou que apresentará à Anvisa nova solicitação de liberação do uso da Coronavac em crianças. O primeiro pedido foi apreciado pela agência em agosto.

O Sinpro-DF entende que a segurança de todos e todas depende de a vacinação alcançar o máximo de pessoas possível. Tão logo a autorização seja concedida pela Anvisa, o sindicato defende o início da imunização das crianças o quanto antes.