Vacinação de crianças contra covid no DF deve começar somente no fim do mês

Por mais que o governo genocida de Jair Bolsonaro tente boicotar, desde o início da pandemia da covid-19, todas as medidas de combate à doença, a população brasileira não tem seguido as orientações irresponsáveis do ocupante do Palácio do Planalto e procurou em peso os postos de saúde para receber sua dose de imunizante – que foram adquiridos com atraso, vale lembrar, o que levou à morte de milhares de brasileiros.

Mais de 75% dos cidadãos do país receberam, ao menos, uma dose de vacina contra covid-19 até o momento; e mais de 67% já tomaram as duas doses. A campanha de imunização tem se dedicado a ampliar a distribuição da dose de reforço, disponível para aqueles e aquelas que receberam sua D2 há, no mínimo, quatro meses.

Agora, as atenções se voltam para a vacinação das crianças de 5 a 11 anos, aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em 16 de dezembro de 2021, cercada de ataques pelo governo federal e seus seguidores, que são poucos mas barulhentos – chegando até a ameaçar técnicos da agência. “Ao contrário do que afirmou recentemente o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o número de hospitalizações e de mortes motivadas pela Covid-19 na população pediátrica, de forma geral, incluindo o grupo de crianças de 5-11 anos, não está em patamares aceitáveis. Infelizmente, as taxas de mortalidade e de letalidade em crianças no Brasil estão entre as mais altas do mundo”, aponta o manifesto da Sociedade Brasileira de Pediatria, lançado no último dia 24 de dezembro.

Com a evolução da vacinação no país, esse setor se tornou o único totalmente desprotegido, e, portanto, mais vulnerável. Em consulta pública realizada pelo próprio Ministério da Saúde, que sustenta a posição negacionista de Bolsonaro, a maior parte das pessoas que participaram se manifestou contrária à exigência de receita médica para acesso à vacina.

Urgência

A vacinação de crianças se torna ainda mais urgente num contexto em que, após as festas de final de ano, é possível observar uma explosão de casos de covid-19 no Brasil e no Distrito Federal. Em âmbito mundial, a contaminação pelo novo coronavírus bateu recorde de casos em um só dia, com 2,59 milhões de infectados.

No DF, nos primeiros dias de 2022, a população lotou os postos de saúde em busca de exames para confirmar ou não o contágio, fazendo com que os testes se acabassem em algumas unidades. O índice de transmissibilidade, que, no final de 2021, chegou a beirar 0,6, estava em 1,12 nesta terça-feira, 5. Esse índice aponta que cada cem pessoas infectadas contaminam outras 112, evidenciando a pandemia em aceleração.

Nesse contexto, o governador Ibaneis Rocha anunciou que a vacinação das crianças contra a covid-19 deve se iniciar no final de janeiro. O anúncio está vinculado à previsão do Ministério da Saúde de que as doses destinadas a esse público devem chegar ao país na segunda quinzena deste mês. É uma espera muito maior do que seria necessário.

A capital federal tem, aproximadamente, 268 mil crianças entre 5 e 11 anos de idade, segundo estimativa da Secretaria de Saúde. Dia 14 de fevereiro, elas devem voltar às escolas, o que é um fator de grande preocupação para os pais. A contaminação entre crianças, de diversos tipos de doenças contagiosas, é uma realidade muito presente na vida da população.

As famílias brasileiras têm o hábito de vacinar seus filhos, e o Plano Nacional de Imunização é referência mundial. Graças a ele, doenças perigosas como a poliomielite e a meningite foram erradicadas. Conscientes disso, a ampla maioria dos pais de crianças de 5 a 11 anos de idade esperam ansiosos o momento de vacinar seus filhos(as), e protegê-los(as) contra a covid-19, que já deixou um triste rastro de destruição no país e no mundo. E superar essa pandemia passa, necessariamente, por proteger com vacina o maior números de pessoas. Obviamente, as crianças devem estar entre elas.

 

 

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