Professora da SEE-DF ganha concurso de ensaios acadêmicos da UnB

 

Aldenora Conceição de Macedo, professora da Secretaria de Estado da Educação do Distrito Federal (SEE-DF), e doutoranda em Educação na Universidade de Brasília (UnB), foi a ganhadora do II Concurso de Ensaios, promovido pela Editora da UnB, como parte de seu projeto cultural de 2023, sob o eixo temático “Pensadoras e autoras negras brasileiras: uma reescritura do Brasil”. A premiação fez parte das atividades de abertura da 1ª Festa do Livro da UnB, que começou dia 19 e terminou no dia 21 de setembro.

Aberto à comunidade em geral, a Festa do Livro tem o objetivo geral de promover a reflexão sobre o papel das intelectuais negras brasileiras na produção cultural da história do País. A divulgação do resultado do concurso aconteceu na terça-feira (19/9), durante a cerimônia de abertura da 1ª Festa do Livro da UnB. A professora Aldenora foi ganhadora na categoria de Pós-Graduação, mas o concurso contou com outras três: Graduação; Técnico-administrativo; e Docentes.

Os ensaios deveriam, obrigatoriamente, versar sobre o tema do concurso, dentre outras regras científicas para trabalhos acadêmicos, e foram avaliados por uma comissão constituída por docentes da UnB, principalmente mulheres negras. O ensaio escrito pela professora teve como título “Interpretar a realidade, reescrever a história e construir a utopia: um diálogo em ‘pretuguês’ com Lélia González e Carolina Maria de Jesus”.

 

Ela explica que buscou demonstrar, com o texto, “a importância que as interpretações feministas negras têm para uma compreensão mais fidedigna da realidade brasileira, e assim, realizou um diálogo entre as duas pensadoras para desvelar, por meio de suas semelhanças e diferenças, que gênero e raça, no contexto social de desigualdade estrutural brasileiro, são condicionantes sociais”. Diz ainda que “é possível concluir que as releituras e reescrituras realizadas por elas configuram-se subsídios concretos para uma compreensão realista e atemporal da conjuntura brasileira, sobretudo, politicamente, pois expõem caminhos possíveis à promoção de uma mudança radical, que poderia permitir a construção de um Brasil mais justo e equânime”.

O texto de Aldenora e dos demais ganhadores ainda não estão disponíveis para leitura porque farão parte de uma coletânea de ensaios, a qual será publicizada em edição única e digital, de acesso aberto, e que ficará disponível no Portal de Livros Digitais da Universidade de Brasília. A previsão é a de que isso ocorra no início de 2024.

A professora Aldenora tem um histórico formativo, acadêmico e profissional de comprometimento com a perspectiva emancipatória da educação. É graduada em pedagogia e, além do doutoramento em curso, é mestra em Educação em Direitos Humanos e Cultura de Paz. Também é especialista em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça; e especialista em Gestão Escolar, ambas pela UnB; e é especialista em Direitos Humanos da Criança e Adolescente e especialista em Educação para a Diversidade, Cidadania e Direitos Humanos pela Universidade Federal de Goiás (UFG).

 

Com diversos escritos, como artigos científicos e livros (coletânea e autoral) versando sempre sobre educação, diversidade e direitos humanos, em 2021, ela recebeu o prêmio “Igualdade de Gênero na Educação Básica”, pela ONG Ação Educativa, com seu projeto intitulado “Juntes: relações saudáveis na adolescência”. Fez parte da concepção e do comitê científico do “Projeto Cidade Cor”, atual “Taguatinga Plural: Educação Antirracista na Prática”, da CRE de Taguatinga, de 2021 até 2022, e é idealizadora do Projeto “É preciso ser antirracista”, em parceria com o Sinpro-DF, e autora do material com o mesmo nome, já divulgado em nossas redes, para apoio às práticas pedagógicas de enfrentamento e combate ao racismo na escola.

Acesse o Caderno “É preciso ser antirracista”