Um ano após o golpe de Estado na Bolívia, eleições gerais no país afastam a direita do poder e a vontade soberana de seu povo é restabelecida

2020 10 19 destaque notapublica

O último domingo (18/10) marcou a retomada do projeto democrático e popular na Bolívia, após um ano do golpe de Estado que afastou pela força o ex-presidente Evo Morales da Presidência da República do país andino. O partido Movimento ao Socialismo (MAS) voltou a ganhar as eleições gerais realizadas no fim de semana com a candidatura de Luis Arce, à espera agora somente da confirmação oficial do Tribunal Superior Eleitoral do país.

A vitória, que já foi reconhecida até pelos candidatos oponentes, foi indicada em um processo de boca de urna que, deferentemente do Brasil, se refere a uma contagem de votos feita pelos partidos a partir de fotos das atas de cada mesa de votação. O resultado oficial deve ser proclamado no decorrer dessa semana. Trata-se de uma vitória que representa a vontade e soberania populares que, a exemplo do que ocorreu no Brasil, foram subjugadas a partir de um golpe de Estado promovido pela direita do país vizinho.

É fundamental a manifestação do conjunto dos movimentos sociais e populares da região, a fim de garantir o reconhecimento político do resultado do pleito, de modo que não se tenha nenhum contratempo até a posse do novo governo e mesmo durante a sua gestão. Os golpes de Estado promovidos na América Latina, tanto no passado como os realizados atualmente, tem o condão de se manterem em permanente ataque à soberania popular. Aqui no Brasil, o golpe de 2016 que afastou a ex-presidenta Dilma não foi suficiente para os interesses da direita. Os golpistas tiveram que impedir a participação eleitoral de Lula para garantir a continuidade do golpe. Lá na Bolívia também foi realizado o impedimento do ex-presidente Evo, mas as eleições de lá, pela particularidade da realidade do país, não permitiram a subversão da vontade popular a partir da enxurrada de notícias falsas que, aqui, garantiu a eleição fraudulenta de Jair Bolsonaro.

É importante nossa permanente vigilância para que não ocorra, mais uma vez, qualquer tipo de sabotagem à vontade popular. Os golpes promovidos contra nossos povos serão derrubados um a um e a América Latina há de voltar a ser livre dos interesses mesquinhos de suas elites e das garras nefastas do imperialismo gringo na região.

Os/as educadores/as brasileiros/as saúdam a vitória eleitoral do povo boliviano que, a partir desses resultados eleitorais, devolve o poder a um projeto democrático de inclusão e desenvolvimento. Que a bandeira Wiphala inspire nossos povos a retomar o destino de suas nações, com projetos inclusivos, populares e soberanos! Viva o povo boliviano!

Brasília, 19 de outubro de 2020

Direção Executiva da CNTE