Tsunami da educação leva aula para rua e dá recado ao governo: não à retirada de direitos

Trabalhadores em Educação (as), estudantes e representantes de centrais sindicais se reuniram na manhã desta terça-feira (13) para protestar contra os cortes da educação e contra a nefasta reforma da Previdência.

A concentração do Dia Nacional de Paralisação da Educação começou no Museu Nacional Honestino Guimarães e, em seguida, a luta foi unificada com outra grande manifestação, a 1º Marcha das Mulheres Indígenas. Segundo a organização da atividade, 40 mil pessoas participaram do ato.

A unidade segue firme ainda nesta quarta-feira (14), às 9h, quando estudantes, sindicalistas e a classe trabalhadora se somarão às mulheres do campo, da floresta e das águas, na Marcha das Margaridas.

Esta é a terceira ação nacional em defesa da educação.  A primeira ocorreu em 15 de maio e a segunda em 30 de maio. Todas essas mobilizações que vêm pipocando país afora são uma resposta aos retrocessos impostos pelo presidente Jair Bolsonaro (PLS), que em apenas oito meses de mandato, anunciou inúmeros ataques aos direitos e conquistas do povo brasileiro. A Marcha das Mulheres Indígenas, por exemplo, teve como principal objetivo denunciar à sociedade a política genocida que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) tem imposto aos povos indígenas.

Em relação à educação, somente este ano o governo anunciou diversos cortes. Ao todo, a Educação teve R$ 6,1 bilhões bloqueados, maior corte em toda a Esplanada dos Ministérios.

Não bastassem os cortes, o governo antipovo comprou parlamentares para votarem a favor da reforma da Previdência. Bolsonaro prometeu R$ 40 milhões para cada deputado que votasse favorável ao projeto que aumenta a idade e o tempo de contribuição para se aposentar, reduz o benefício a partir do cálculo feito pela média de todos os salários (antes, eram excluídas 20% das menores contribuições) e eleva alíquotas de contribuição, prejudicando principalmente os mais vulneráveis socialmente. O texto da reforma já foi aprovado em dois turnos na Câmara e agora está sendo discutido pelo Senado.

Para a diretora do Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF), Rosilene Corrêa, a atividade demonstrou a força e indignação de todo o magistério. “ Não aceitaremos o que querem fazer com nossos direitos e com nossa aposentadoria. Demos o recado de que nós não concordamos com a política fascistas e massacrante do atual governo. A educação tem um papel estratégico na sociedade e deve ser defendida com todas as forças. Este é mais um enfrentamento que ficará marcado na história da classe trabalhadora”, alertou.

O diretor a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Gabriel Magno, acredita que ainda é possível virar o jogo contra a reforma da Previdencia. Para ele, a mobilização deverá ser intensificada. “A realização de um ato unificado como este que é somado a luta das indígenas e das Margaridas, prova que a reforma da Previdência não é unânime e não tem consenso.  Trata-se de um projeto que acaba com os direitos dos mais pobres, aumenta as desigualdades e mantém os privilégios dos mais ricos. Não podemos admitir. A pressão segue firme no Senado Federal e defendemos que Previdência Social seja mantida para a maioria do povo”, afirmou.

Já para o vice-presidente regional da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), Marcelo Acácio, essa terceira mobilização da educação foi diferente porque demonstrou que diversos segmentos da sociedade estão comprometidos com a pauta da educação e em defesa das aposentadorias. “Saímos desse ato para a sala de aula com a certeza de que não admitiremos mais cortes e retrocessos. O projeto Future-se, por exemplo, quer privatizar o ensino e retirar das universidades a autonomia de pesquisa, de produção cientifica e muito mais. Precisamos nos unificar cotidianamente contra esse governo. Defendemos uma educação pública, gratuita e de qualidade”, concluiu.

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