Trabalhadores rurais e dos Correios fazem ato e carreata contra risco de retrocesso

Continuam as manifestações da classe trabalhadora para defender as empresas estatais e os avanços garantidos na última década. Nesta quarta-feira (22), os trabalhadores dos Correios e trabalhadores do campo realizaram atos que repudiaram iniciativas como privatização e Estado Mínimo, itens defendidos no projeto político do PSDB, que concorre à presidência da República ao lado do PT, e que provocam, segundo as entidades sindicais, prejuízos graves às políticas públicas e maior desigualdade social.
Os trabalhadores dos Correios realizaram ato em frente ao edifício sede da empresa, no Setor Bancário Norte de Brasília e alertaram a população sobre os possíveis riscos que a categoria e a sociedade correm com a eleição de Aécio Neves.
“A privatização, inclusive a dos Correios, traz o medo do desemprego para nós servidores. É claro que ainda há muita coisa a ser melhorada, mas avançamos muito nos últimos anos. Só de termos a segurança de emprego, já um grande passo. Não podemos retroceder. Uma privatização gera queda na qualidade do serviço, já que há subcontratação de empresas prestadoras que só visam ao lucro com base na diminuição dos custos e salários. Então, para gerar ainda mais lucros, se abusa da rotatividade da mão de obra, dos baixos salários, o que resulta em um serviço sem especialização e de baixa qualidade”, avalia o dirigente do Sintect-DF, sindicato que representa os trabalhadores dos Correios no DF, Jovam Sardinha.
O deputado federal do PT, Vicentinho, reeleito nessas eleições, também participou do ato em frente à sede dos Correios. Ele lembrou que, não fosse a pressão dos trabalhadores dos Correios, apoiados por outras categorias, sindicatos e pela CUT, a empresa já estaria na mão da iniciativa privada.
“A tentativa de privatização dos Correios na época do PSDB foi tão intensa que nos obrigou a fazer grandes manifestações no Rio de Janeiro, em Brasília, em vários lugares do Brasil. Nós não podemos correr o risco de essa empresa voltar a fazer parte do interesse dos grupos privados. Precisamos garantir que Correios continuem nas mãos do povo”, disse o parlamentar.
O campo contra o retrocesso
Dezenas de carros percorreram o Distrito Federal nesta quarta-feira (22) em carreata que defendeu os direitos e as conquistas dos trabalhadores do campo. A atividade, realizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura – Contag, teve concentração na sede da entidade, no Núcleo Bandeirantes, passou pelo Guará, pelo Eixo Monumental/Esplanada dos Ministérios e voltou ao Núcleo Bandeirantes.
“Foi uma atividade muito positiva. Outros motoristas se integraram à carreata quando viram a manifestação passar. Fizemos buzinaço, marcamos presença e demos o nosso recado”, avaliou a dirigente da Federação dos Trabalhadores Rurais do DF e Entorno – Fetadfe, Cláudia Farinha.
Para a dirigente sindical, é nítida a diferença entre os projetos políticos de Dilma Rousseff e Aécio Neves. “O projeto de Dilma dialoga com os trabalhadores e abre espaço para continuarmos avançando. Já o outro projeto é um verdadeiro retrocesso: não só impede que avancemos como indica que retroagiremos em várias conquistas”, afirma.
Um dos grandes destaques nos governos Lula e Dilma para os trabalhadores do campo foi o investimento em crédito agrícola. Enquanto o governo petista investiu, em apenas três anos, R$ 56,2 bilhões nestas operações, o governo do tucano Fernando Henrique Cardoso, em oito anos, investiu apenas R$ 12 bilhões. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA.